sábado, 13 de julho de 2024

AQUI, NESSA MESA DE BAR, UM GRANDE LIVRO SOBRE A DITADURA MILITAR NO BRASIL

 


Resenha do livro “BAR DON JUAN”, de Antônio Callado

Antônio Callado é um de meus escritores favoritos. Fiquei encantado com a profundidade e elegância de sua prosa desde que li “A Madona de Cedro” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2012/04/madona-de-cedro-antonio-callado.html), que senti ser o equivalente brasileiro de “Crime e Castigo” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2012/04/crime-e-castigo-fiodor-dostoievski.html). Então li “Quarup” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/04/quarup-antonio-callado.html), considerado sua obra-prima, que me deixou impactado com uma Literatura vasta como a própria vida. “Reflexos do Baile” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2021/12/quem-tem-medo-da-literatura-brasileira.html), que li em seguida, consegue a proeza de ser ainda mais audacioso e genial, como um suspense hermético que exige inteligência e empenho de seus leitores.


E agora, ao terminar feliz e comovido a leitura de “Bar Don Juan”, sinto que fechei uma espécie de trilogia de Antônio Callado. Pois esse livro, de forma ainda mais direta que “Quarup” e “Reflexos do Baile”, tem como tema e pano de fundo a ditadura militar no Brasil.

Aliás, fiquei muito surpreso ao descobrir que “Bar Don Juan” foi escrito em 1970 e publicado em 1971, durante o ápice da repressão e da censura. Pois o autor fala abertamente da ditadura, chegando ao ponto de abrir o livro com uma cena impactante: um casal de “subversivos” conversando sobre a tortura que os dois sofreram no porão de uma delegacia, onde um dos policiais estuprou a mulher na frente do marido.


Mas não pensem que a história recorre ao dramalhão, e muito menos que cai nas armadilhas da apologia ou do proselitismo. Primeiro, porque Antônio Callado é um mestre da “sutil arte do eufemismo”, como é bem definida a escrita de ficção. Sua prosa é contida e enxuta, sem a menor condescendência com arroubos sentimentais. A leitura nos emociona pela força daquilo que está sendo contado, não por algum sensacionalismo barato (recurso fácil e tentador ao contar uma história que envolve tortura e outros abusos de poder).

Em segundo lugar, Antônio Callado é impressionantemente lúcido em sua análise dos movimentos de luta armada e guerrilha no Brasil durante a ditadura militar, expondo sem clemência todo o seu romantismo, despreparo e desconexão com a realidade. Isso torna ainda mais portentoso o fato de esse romance ter sido escrito em 1970. Hoje, pela privilegiada perspectiva do tempo, a leitura de “Bar Don Juan” acentua a trágica ironia do golpe militar de 1964, que teve como pretexto combater os grupos de “subversivos comunistas”, que eram praticamente inexistentes nessa época. Os tais “guerrilheiros” só surgiram mesmo no Brasil depois do golpe militar, justamente como uma pífia – e dolorosamente heroica – tentativa de confrontar a ditadura.


E o mais trágico nessa história é que até hoje esse papo furado de “combater o comunismo” continua induzindo muita “gente de bem” a endossar as piores vilanias...

Encerro com esse trecho de “Bar Don Juan”, que traz uma tocante descrição da morte de Che Guevara:

“Disparou na direção dos tiros mas os tiros saíam das árvores feito pássaros. Correu para lutar perto do Comandante mas o Comandante caiu sobre o joelho direito. Aproximou-se mais e o Comandante levou outro tiro no braço e no fuzil, que eram uma coisa só. A arma da revolução quebrada e jogada fora pela América Latina arriscada de perder seu emprego de criada e puta. Criada e puta, pensava Eustáquio furioso de ver morrer o Comandante no mato do Yuro quando devia ser fuzilado domingo ao meio-dia na frente do maior edifício de New York.”


 

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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Contos da Era Bolsonaro - baixe o livro gratuitamente:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6871467

 

Foi disponibilizado gratuitamente nas plataformas digitais o livro “TANTO TEMPO DIRIGINDO SEM NINGUÉM NO RETROVISOR: Contos da Era Bolsonaro”, de Fabio Shiva. 

Os contos do livro nascem de uma perplexidade comum a milhões de brasileiros: como é que Bolsonaro foi eleito? Como é possível que, depois de tantos absurdos, ainda tenhamos parentes e amigos apoiando fanaticamente o governo? O que aconteceu com essas pessoas? O que aconteceu com o Brasil?

Para lidar com os horrores do obscurantismo que assola o país, precisamos mais do que nunca das luzes da Arte. E é assim que a Literatura Fantástica surge como uma resposta lúdica e inesperada diante de mesquinhas realidades.

Nas oito histórias aqui reunidas, Fabio Shiva explora os pontos cardeais desse grande enigma brasileiro:

* Será que o bolsonarismo surgiu de uma epidemia cósmica? - “O ódio que veio do espaço”

* Ou será tudo parte de um audacioso plano traçado na espiritualidade? - “Acima de todos”

* Será que isso implica no fim do mundo como o conhecemos? - “A espera”

* Como será o futuro dominado pelas Fake News? - “Notícias da Democracia”

* E o que aconteceria se ninguém mais pudesse mentir? - “Verdade e Consequência”

Que essas e outras incômodas perguntas aqui apresentadas possam fortalecer os leitores em seu processo de resistência vital contra o culto generalizado da morte: a morte da natureza, a morte da educação e da cultura, a morte da diversidade, do respeito e de tudo o que nos faz ter orgulho de sermos brasileiros. Contra as trevas da ignorância, salve a nossa Literatura!

 


 

 

 

sábado, 6 de julho de 2024

A VINGANÇA É UMA PÁGINA ESCRITA COM TINTA ENVENENADA: MATA QUEM A ESCREVE

 


Resenha do livro “CONCEBIDO COM MALDADE”, de Louise DeSalvo

A ideia que motivou esse livro é muitíssimo interessante: a literatura como vingança, como forma de retribuir uma ofensa e de ferir aquele que nos feriu. Sou grato a essa leitura principalmente pela oportunidade de refletir sobre esse tema, tão importante para quem se propõe a escrever.


Podem me chamar de ingênuo, mas essa possibilidade de usar a escrita como instrumento de vingança não me ocorreu espontaneamente. Eu já estava em vias de publicar o meu primeiro livro, “O Sincronicídio” (https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/7847612), quando vi um meme na Internet dizendo algo como: “Não irrite um escritor, pois ele pode matar você em seu próximo livro.” O meme era direcionado a um escritor conhecido meu, cujo livro eu havia acabado de ler. Isso me fez “fechar a Gestalt”, como se diz: percebi que os desagradáveis personagens desse livro eram provavelmente inspirados em pessoas reais, que não devem ter gostado nem um pouco de se verem retratadas dessa forma (antes de morrerem na história). Daí a vingança...


Achei a ideia interessante e decidi experimentar. Nos contos de meu livro seguinte, o duplo “Labirinto Circular (https://www.amazon.com.br/Labirinto-Circular-Fabio-Shiva-ebook/dp/B09MSVN9GZ) / Isso Tudo É Muito Raro (https://www.amazon.com.br/Isso-Tudo-%C3%89-Muito-Raro-ebook/dp/B09MSWTTBP)”, usei e abusei da vendeta literária, espinafrando sem dó nem piedade aqueles que haviam me ofendido. Isso me fez sentir bem na época, mas hoje, ao reler esses contos, sinto vergonha por ter sido tão mesquinho.



Comecei meu romance seguinte, “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), ainda na força do ódio, assassinando esse escritor que havia me inspirado à vingança literária (ele havia aprontado uma comigo). Contudo durante o processo da escrita fui desistindo da vingança, e ficou apenas (oculta aos olhos do leitor) a motivação inicial.


 

Isso me preparou para o próximo livro, “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3), onde amigos e desafetos foram igualmente expostos e zoados com total imparcialidade. Aqui, graças a Deus, ocorreu uma luminosa mudança: o desejo não era mais a vingança, e sim fazer rir. O mesmo processo aconteceu, com ainda mais leveza, em meu livro mais recente, “Histórias de Mainha” (https://youtu.be/AepVx2Rf0Vk).


 

Mas foi em um livro publicado em 2020, “Contos da Era Bolsonaro” (https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6871467), que a vingança literária alcançou o propósito certo e exato para mim. Não se tratava mais de me “vingar” de uma pessoa, mas de exorcizar uma ideia vil e nefasta: o bolsonarismo. Pois Bolsonaro em si é um ser humano tosco, patético e, em última instância, digno de pena. O malefício que ele causa no mundo decorre do fato de muitas pessoas se sentirem representadas por ele. O bolsonarismo já existia muito antes de Bolsonaro, que só fez tornar visível e inegável essa vocação fascista e escravagista de parte dos brasileiros.


Sobre o livro “Concebido com Maldade”, achei a execução bem inferior ao tema que o inspirou. Fiquei com a impressão de que a autora Louise DeSalvo teve a intenção de “se vingar dos vingadores”, adotando posições extremamente parciais e explicações pseudopsicológicas para lá de bizarras ao analisar as obras de Leonard Woolf, D. H. Lawrence, Djuna Barnes e Henry Miller. Com base nessas análises, que eliminaram qualquer vontade de ler esses autores, suas vidas e motivações parecem absolutamente incompreensíveis. Vingança concluída com sucesso.

O melhor do livro é mesmo a introdução, de onde tirei essas passagens marcantes:

“O escritor é o duelista que jamais luta na hora marcada, que guarda um insulto como qualquer outro objeto curioso, um item de colecionador, despeja-o mais tarde sobre sua mesa e empenha-se verbalmente num duelo com ele.” (Anais Nin)

“Sigmund Freud acreditava que o escritor cria uma obra de arte para modificar ou substituir, através da fantasia, as insatisfações com o mundo real. A obra de arte ocorre porque o escritor está infeliz ou insatisfeito. (...) A escrita criativa origina-se da necessidade do escritor de ser invulnerável ou invencível. Escrever, portanto, ‘conserta’ o ego.”

“Arthur Koestler afirma que o ato criativo é impulsionado por necessidades agressivas e empáticas. Por um lado, por meio do humor sátira e exagero, podemos ridicularizar um inimigo e desabafar nossa agressão. Paradoxalmente, o ato de criação nos obriga a tomar o lugar de nossos inimigos, invertendo os papéis com eles, mesmo quando os criticamos.”

Na medida em que possa ser sábio e proveitoso o conselho de “escrever sobre o que lhe incomoda”, mais vantajoso será, certamente, seguir o lema de Spinoza: “Não temer nem odiar, mas sim compreender.” Depois dessa extensa rememoração que essa leitura me proporcionou, fiquei muito feliz e grato ao constatar que tanto no livro que terminei há pouco (ainda não publicado) quanto no que estou escrevendo agora, o desejo de vingança não tomou parte, ao menos conscientemente.


 

  

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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sexta-feira, 5 de julho de 2024

O FALECIDO MATTIA PASCAL – Luigi Pirandello (Atmosfera Literária)


 

É o próprio Mattia Pascal quem narra sua singular história: “já morri, sim, duas vezes, mas a primeira, por engano, e a segunda... irão saber.”

Dado como morto por todos que o conheciam, Mattia tem a oportunidade de começar uma nova vida, sob uma nova identidade. Mas longe de ser a liberdade que ele almejava, a condição de “morto” acaba se tornando uma nova e insuspeitada escravidão... o que não o impede de desenvolver uma série de reflexões sobre a vida e a morte.


“Atmosfera Literária com Fabio Shiva” é um quadro do programa ATMOSFERA 102, da Rádio 102.7 FM (Além Paraíba – MG), todo sábado de 12h às 14h, com apoio da NATESHA EDITORA. Apresentação: Fernando Bamboo. Técnico de Som: Venilton Ribeiro.

 

https://www.radios.com.br/aovivo/radio-1027-fm/17615

 

YouTube:

https://youtu.be/iys07nuMlKY

 

quarta-feira, 3 de julho de 2024

ENTRE O ACASO E A SINCRONICIDADE, NASCE UMA MÚSICA PLENA DE SENTIDO

 


Resenha do livro “A MÚSICA DO ACASO”, de Paul Auster

Dando continuidade a uma tradição iniciada com Milan Kundera, no dia da notícia da morte de Paul Auster (30/04/2024) comecei a ler “A Música do Acaso”. E assim fui presenteado com uma história interessantíssima e desafiadora, contada com muito talento e habilidade.

Acabei decidindo não fazer a sinopse ou qualquer outra referência a essa história. Primeiro, por se tratar de um exercício de inutilidade, pois Auster realmente entrega o que promete no título, uma “música do acaso”, uma sucessão de acontecimentos aparentemente aleatórios e desconectados.

Em segundo lugar, e principalmente, acho que contar qualquer trecho dessa história significa cometer spoiler. Pois é impressionante como Auster consegue criar suspense a partir de uma trama tão desconjuntada. O leitor é capturado pela leitura, tal como um viciado em jogo fica hipnotizado pelo giro da roleta.

Posso dizer, contudo, que “jogo” e “sorte” têm tudo a ver com “a música do acaso”. Percebi uma espécie de síntese da obra na dialética gerada entre os dois personagens principais. De um lado temos a intuição temperamental de Jack Pozzi, o jogador profissional apelidado Jackpot:

“Quando a sorte vem vindo para nós, não há nada que a faça parar. É como se o mundo inteiro se encaixasse no lugar certo. Ficamos como que fora do corpo e passamos o resto da noite vendo acontecer milagres. Já nada tem a ver conosco. É algo fora do nosso controle e, desde que não pensemos muito nisso, nada pode dar errado.”

Do outro, temos o desesperançado ceticismo do protagonista Jim Nashe:

“Você quer acreditar em algum propósito oculto. Está tentando se convencer de que há razão para o que acontece no mundo. Não importa o nome que você dê a isso: Deus, sorte, harmonia. É tudo a mesma bobagem. É um modo de não encarar os fatos, recusar-se a ver as coisas como elas são.”

Essa dialética, ao meu ver, é o que confere beleza e encanto ao livro, ao instigar no leitor as velhas e profundas reflexões: “A vida tem sentido? É possível encontrar valor e significado mesmo naquilo que parece sem sentido?”


Em uma obra anterior de Paul Auster que tive a oportunidade de ler, o autobiográfico “O Inventor da Solidão” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2013/03/o-inventor-da-solidao-paul-auster.html), incomodou-me o constante assombro do autor com o que ele chamava de “acaso”, simplesmente por se recusar a ver ali a sincronicidade. Fiquei feliz ao ver que em “A Música do Acaso” (publicado em 1990, oito anos depois de “O Inventor da Solidão”), Auster soube converter suas inquietações em uma bela e instigante canção.

Uma vez que estamos falando de um tema tão caro ao meu coração, acaso X sincronicidade, preciso registrar que vivenciei duas sincronicidades marcantes lendo esse livro. Eu estava lendo paralelamente o primeiro volume dedicado a Rousseau na Coleção Os Pensadores, quando me deparei com essa curiosa referência em “A Música do Acaso”:

“Às dez e meia, desligou a televisão e deitou-se com um exemplar de bolso das Confissões de Rousseau, que começara a ler durante a permanência em Saratoga. Pouco antes de dormir, chegou à passagem em que o autor está numa floresta, atirando pedras às árvores. Se eu acertar aquela árvore, diz Rousseau consigo mesmo, tudo dará certo na minha vida daqui por diante. Ele atira a pedra e erra. Essa não contava, ele diz. Então pega outra pedra e avança vários metros na direção da árvore. Erra de novo. Essa também não contava, ele diz. Rousseau se aproxima ainda mais da árvore e pega outra pedra ainda. Novamente erra. Esse era o último arremesso de aquecimento, diz ele, é a próxima que vai valer. Dessa vez, para ter certeza, ele vai até a árvore e se coloca bem diante do alvo. Pode até tocar o tronco, se estender o braço. Atira então a pedra. Sucesso, diz consigo mesmo. Consegui. A partir de agora, minha vida será melhor que nunca.

Embora tivesse achado divertida a passagem, Nashe fica encabulado. Havia algo de terrível nessa franqueza. Onde Rousseau teria encontrado coragem para tal revelação, para expor tão abertamente que enganava a si próprio?”

A outra sincronicidade foi ainda mais significativa para mim: li uma referência à cidade de Ockham, nos Estados Unidos, logo depois de ter citado a “navalha de Ockham” em um texto que eu estava escrevendo.

Por último, mas não menos importante, foi uma calorosa alegria encontrar dentro do livro um bilhetinho da querida amiga Bia Machado, que me presenteou com esse livro após recebê-lo da igualmente querida Pedrina Castro, como parte da “brincadeira do P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante)”, da qual nós três participávamos no antigo Orkut. Lá o P.U.L.A. fez circular pelo menos 500 livros Brasil afora. Desde 2016, quando o projeto ganhou um espaço físico, inicialmente na Casa da Música e atualmente na Casa Verde Itapuã, mais alguns milhares de livros já foram distribuídos pelo P.U.L.A., para minha imensa gratidão e alegria.


“Tão logo um homem comece a se reconhecer em outro, não pode mais considerá-lo estranho. Queira ele ou não, forma-se um vínculo.” (Paul Auster)

 


  

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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O SINCRONICÍDIO: Sexo, Morte & Revelações Transcendentais – Fabio Shiva

Leia o PDF grátis:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/7847612


Para celebrar o seu décimo aniversário, a Caligo Editora está disponibilizando gratuitamente o PDF do romance policial “O SINCRONICÍDIO: sexo, morte & revelações transcendentais”, de Fabio Shiva. Lançado em 2013, o livro chama atenção pela originalidade da trama, que mistura xadrez e I Ching.

“E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”

Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.

“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”

Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.

Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.

 

Livro físico:

https://bit.ly/43G7Keq

 

E-book:

https://www.amazon.com.br/dp/B09L69CN1J

 

Book trailer:

http://youtu.be/Vr9Ez7fZMVA


 

Baixe o PDF gratuitamente:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/7847612

  

sábado, 29 de junho de 2024

A SUTIL ARTE DO EUFEMISMO CONTIDA EM UM ÚNICO E PERIGOSO BEIJO

 


Resenha do livro “BEIJO”, de Ed McBain

Devo muito a Ed McBain. Mais especificamente, a uma sacola com duas ou três dúzias de pocket books desse autor, a maioria dos quais da série do 87º DP, que adquiri pela bagatela de dois por um real em uma inesquecível feira de livros na Cinelândia, há quase duas décadas. Dentre esses livros estava “Kiss”, título original desse “Beijo”, que tantos anos depois tive a oportunidade de reler, agora na tradução brasileira da excelente Coleção Negra da Editora Record.

“Beijo” foi uma boa escolha como representante da extensa série do 87º DP. A principal característica dessa série é retratar minuciosamente a rotina de trabalho de uma delegacia policial nos Estados Unidos, chegando ao ponto de apresentar fac-símiles de boletins de ocorrência e outros documentos oficiais. Mas o charme da série vai muito além desse toque de realismo dado pela papelada burocrática.


 

Ed McBain é sobretudo um grande contador de histórias. Além de sua vasta produção de romances policiais, também escreveu para o cinema. É de sua autoria (sob outro pseudônimo, Evan Hunter), por exemplo, o roteiro do aclamado filme “Os Pássaros”, dirigido por Alfred Hitchcock (https://youtu.be/crWsGM_u894). Suas histórias são concisas e elegantes, com bastante suspense, reviravoltas satisfatórias e finais surpreendentes. Dentre as muitas coisas que devo a Ed McBain está a melhor definição de escrever ficção que já vi: “The subtle art of understatement” [“A sutil arte do eufemismo”].

E esse eufemismo se faz presente no próprio título de “Beijo”. Uma simples palavra, mas com tantas camadas de sugestões de significados. Alguém desavisado poderia imaginar se tratar de uma história de amor (o que não deixa de ser, de forma irônica e até perversa). Mas logo vêm à mente outros contextos contraditórios para essa mesma palavra: “beijo” evoca também a traição de Jesus, por exemplo.

Outra característica marcante dos livros da série do 87º DP é sempre apresentarem dois temas principais, que de alguma forma acabam se entrelaçando ao final da história. No caso de “Beijo”, temos como primeiro tema o julgamento do assassino do pai do detetive Steve Carella, um dos heróis policiais da série, aliás o principal deles. Há vários outros, que se alternam no protagonismo a cada episódio. Um dos motivos para “Beijo” ser um bom representante da série como um todo é uma cena que parece ter sido escrita como apresentação dos personagens (creio que a intenção foi essa): uma reunião dos detetives do 87º Distrito Policial, em que estão presentes, além do próprio Carella, o calvo precoce Meyer Meyer, o loiro parrudo Coton Hawes, o negro parrudo Arthur Brown, o problemático Bert Kling, o cínico Andy Parker, o azarado Bob O’Brien e o chefe dessa turma, o tenente Byrnes. Até mesmo o Gordo Ollie Weeks (Fat Ollie Weeks no original), implicante policial de outro distrito que vira e mexe dá o ar da graça nas histórias do 87º DP, também aparece em “Beijo”, o que acabou por me convencer que McBain escreveu mesmo esse livro com a intenção de fazer uma espécie de “programa piloto” da série (https://youtu.be/l-B5TDt3UjY).


 

O segundo tema do livro gira em torno da bela Emma Bowles e as sucessivas tentativas de assassinato que ela sofre. Em algum momento dessas tentativas, um beijo acontece...

Voltando à minha dívida com Ed McBain. Eu estava escrevendo o meu primeiro livro, o romance policial “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/), e me deparei com uma grande dificuldade: como descrever o cotidiano de uma delegacia de polícia? Cheguei a entrevistar dois policiais (sendo que um deles acabou me dando informações falsas, provavelmente por não acreditar na pureza de minhas intenções ao lhe fazer aquelas perguntas). Mas ainda assim não me sentia seguro. Até que um belo dia, após a leitura do enésimo livro da série do 87º DP, me dei conta de que eu podia saber muito pouco sobre a rotina de trabalho de uma delegacia policial “de verdade”, mas conhecia suficientemente bem a rotina de trabalho não só do 87º DP como de diversos outros policiais de tantos romances que venho devorando vorazmente desde que li meu primeiro livro de Agatha Christie, aos 11 anos. Essa descoberta foi uma verdadeira libertação. Destravei e pude avançar em meu Sincronicídio até a sua apoteótica conclusão. Por isso tudo, e também pelas muitas horas de boa diversão, thank you very much, Mr. Ed McBain!




 

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

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O SINCRONICÍDIO: Sexo, Morte & Revelações Transcendentais – Fabio Shiva

Leia o PDF grátis:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/7847612


Para celebrar o seu décimo aniversário, a Caligo Editora está disponibilizando gratuitamente o PDF do romance policial “O SINCRONICÍDIO: sexo, morte & revelações transcendentais”, de Fabio Shiva. Lançado em 2013, o livro chama atenção pela originalidade da trama, que mistura xadrez e I Ching.

“E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”

Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.

“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”

Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.

Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.

 

Livro físico:

https://bit.ly/43G7Keq

 

E-book:

https://www.amazon.com.br/dp/B09L69CN1J

 

Book trailer:

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domingo, 23 de junho de 2024

UM ROMANCE POLICIAL COM A VERSÃO FEMININA DE FORREST GUMP COMO DETETIVE

 


Resenha do livro “A CAMAREIRA”, de Nita Prose

Esse livro me despertou algumas curiosidades logo de cara. Primeiro, pelo nome da autora, Nita Prose, que depois descobri ter atuado como editora por vários anos antes de publicar seu primeiro livro. Achei intrigante uma editora (e depois escritora) cujo sobrenome é “Prosa”. Será destino ou mera coincidência? Em que medida o sobrenome de Nita terá influenciado em suas escolhas? Por outro lado, mais curioso ainda foi descobrir que esse foi um pseudônimo adotado pela autora, cujo nome de batismo é Nita Provonost...

Outra curiosidade é o título do livro: “The Maid” no original, por se tratar da obra de uma autora canadense contemporânea. Ora, a primeira referência de ficção canadense que vem à mente é Margaret Atwood, com seu impactante “O Conto da Aia” (“The Handmaid’s Tale” no original). Dificilmente uma outra autora canadense estaria inconsciente dessa óbvia correlação entre os dois títulos. Contudo não encontrei na leitura de “A Camareira” nenhuma outra referência a “O Conto da Aia”.


O livro de Nita Prose tem vários méritos. Possui a originalidade de se propor como uma espécie de “romance policial inclusivo”, que gira em torno da carismática narradora Molly Gray. Molly possui algum tipo de deficiência cognitiva e/ou transtorno do espectro autista (uma das maiores sacações do livro foi jamais rotular essa condição da protagonista). Isso faz com que ela tenha uma visão muito peculiar – e interessante – do mundo e das pessoas. A situação se complica quando ocorre uma misteriosa morte no hotel de luxo onde Molly trabalha como camareira...

A leitura é bem atrativa, principalmente por conta da narrativa na primeira pessoa, que transporta o leitor para o mundo interno de Molly. A trama apresenta algumas reviravoltas, uma delas bem sombria, que me surpreendeu bastante.

A história tem lá também suas limitações. Esse mesmo recurso da narrativa na primeira pessoa se mostra uma grande desvantagem quando a autora tenta mostrar ao leitor que alguns personagens não são bem como Molly os percebe. A própria fala da protagonista torna a história inverossímil, quando por exemplo ela denuncia o mau-caratismo de determinado personagem e ao mesmo tempo permanece ignorante daquilo que está explicitando para o leitor.

Penso que o livro se destina a um público mais jovem. A necessidade de um número reduzido de personagens (característica dos romances policiais) aumenta a inverossimilhança da trama, sobrecarregando alguns personagens com demasiados papeis diferentes.

Mas o saldo final é certamente positivo. Uma leitura divertida, que suscita boas e oportunas reflexões.



 

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

Facebook: https://www.facebook.com/fabioshivaprosaepoesia

Instagram: https://www.instagram.com/fabioshivaprosaepoesia/


 

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O SINCRONICÍDIO: Sexo, Morte & Revelações Transcendentais – Fabio Shiva

Leia o PDF grátis:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/7847612

Para celebrar o seu décimo aniversário, a Caligo Editora está disponibilizando gratuitamente o PDF do romance policial “O SINCRONICÍDIO: sexo, morte & revelações transcendentais”, de Fabio Shiva. Lançado em 2013, o livro chama atenção pela originalidade da trama, que mistura xadrez e I Ching.

“E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”

Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.

“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”

Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.

Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.

 

Livro físico:

https://bit.ly/43G7Keq

 

E-book:

https://www.amazon.com.br/dp/B09L69CN1J

 

Book trailer:

http://youtu.be/Vr9Ez7fZMVA


 

Baixe o PDF gratuitamente:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/7847612

 

  

 

 

terça-feira, 11 de junho de 2024

A INSUPORTÁVEL GRANDEZA DE SER OU NÃO SER WILLIAM SHAKESPEARE

 


Resenha do livro “HAMNET”, de Maggie O’Farrell

Quando descobri esse livro “Hamnet”, fiquei doido para ler. Afinal o título só podia ser uma referência ao filho de William Shakespeare que faleceu aos 11 anos de idade e que foi homenageado em uma das mais famosas peças do pai, “Hamlet”.

A ideia de fazer ficção com a história de Hamnet não é novidade. Um dos episódios mais geniais do “Sandman” de Neil Gaiman, “Sonho de uma noite de verão”, em que Lord Morpheus faz um pacto com Shakespeare para que ele se tornasse o autor de obras que seriam celebradas pelos séculos vindouros, em troca de algumas peças escritas sob encomenda do próprio Sandman. Como costuma acontecer nessas histórias de pacto com entidades sobrenaturais, William Shakespeare teve que pagar um preço bem mais alto que o esperado por sua fama imorredoura. Titânia, rainha das fadas, é convidada de honra na apresentação da primeira peça que Shakespeare escreve para o Lorde Moldador (que é justamente “Sonho de uma noite de verão”). A rainha se encanta com o menino Hamnet e decide levá-lo com ela para o seu reino. Bravo!


É certo que nenhuma outra história sobre Hamnet me impactaria tanto quanto essa. Mesmo assim, comecei a leitura do livro de Maggie O’Farrell em feliz expectativa. Era, afinal, uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a família e a intimidade de Shakespeare. Ou assim eu pensava...

O livro já começa com um estranhamento: nada parece acontecer nas primeiras páginas. Temos apenas o menino Hamnet correndo de um lado para o outro, procurando a sua família. Um início meio insosso que eu, ainda na boa vontade, decidi considerar audacioso e original. Pois normalmente os escritores tentam capturar o leitor logo nos primeiros parágrafos.

Contudo as páginas seguintes não me trouxeram muitas compensações. A autora Maggie O’Farrell recria Agnes, a esposa de Shakespeare, quase como uma personagem de fantasia: dotada de poderes sobrenaturais, capaz de conhecer a mentalidade e o futuro das pessoas apenas tocando suas mãos etc. Quanto a Shakespeare, seu nome jamais chega a ser citado no livro: é sempre “o professor de latim”, “o filho de John” ou “o esposo de Agnes”.

Salvo essa tênue conexão com Hamnet, o filho do “professor de latim”, a história contada no livro não traz nada (ou quase nada) a respeito de Shakespeare. Poderia ser perfeitamente uma história aleatória qualquer, em que o tal “professor de latim” se chamasse George, Leonard, Wiston ou Zé das Couves...

Uma vez que esse “Hamnet” tenha se tornado um best-seller e inclusive ganhado prêmios, certamente deve ter seus méritos. Mas não creio que eu seja o único fã de Shakespeare que se sentiu frustrado e ludibriado com essa leitura. Ainda fiz um esforço para chegar ao final, mas ao perceber que estava pulando parágrafos inteiros e suspirando de tédio, percebi a inutilidade dessa tentativa. Parei na página 170 de um total de 380.


Como sempre procuro tirar algum proveito de toda leitura que faço, fiquei refletindo no que motivaria alguém a escrever um livro como esse. Então me lembrei da famosa “Questão Shakespeare”, uma espécie de movimento que tenta negar a existência de Shakespeare, atribuindo suas obras a terceiros. Essas hipóteses estapafúrdias nascem, a meu ver, da dificuldade de aceitar a grandeza humana. Negar que as obras de Shakespeare tenham sido escritas por ele é uma forma de tentar negar que alguém como Shakespeare possa ter existido. Da mesma forma, houve quem tentasse negar a existência histórica de Sócrates e Jesus. Ao menos Shakespeare está em boa companhia...



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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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HISTÓRIAS DE MAINHA

“É claro que minha mãe é muito mais do que as anedotas contadas aqui. Ainda assim, acredito que será possível, mesmo para quem não a conhece pessoalmente, ter acesso a algo de sua essência pela leitura deste livro. Não se trata de uma biografia, e nem poderia, mas sim de algo como um lúdico holograma. Em cada piada, em cada risada, espero que você tenha acesso a uma alegria mais profunda, que talvez seja inexprimível por meio das palavras.” (Fabio Shiva)

 

Adquira já o seu exemplar:

R$ 40,00 (frete incluído)

PIX: editoranatesha@gmail.com

 

Envie o comprovante do PIX e o seu endereço para:

editoranatesha@gmail.com

 

book trailer:

https://youtu.be/AepVx2Rf0Vk


  

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