Resenha do livro “Aventuras de Conrado Falcão”, de Tadeu Pacheco Neves
Foi uma bela surpresa encontrar essas “Aventuras de Conrado Falcão” no Cantinho dos Livros, espaço para doação e troca de livros coordenado com muito amor pela querida pró Nélia no Mercado Municipal de Itapuã. Vindo à Itapuã, visite: o Cantinho dos Livros fica no primeiro andar, na seção de artesanato, bem defronte à escada.
Pois então, quando li na capa desse livro os dizeres “Romance policial soteropolitano”, pirei! Levei para casa e comecei a ler no mesmo dia.
Desde a adolescência adquiri um hábito de leitura que considero muito saudável: só leio o texto da contracapa, as orelhas, prefácio etc. depois de ter terminado o livro, ou pelo menos avançado bastante. Decidi agir assim depois do trauma causado por “A Maldição do Cigano”, de Stephen King (livro originalmente publicado sob o pseudônimo de Richard Bachman). No texto da orelha, por falta de coisa melhor para dizer, um editor sem noção (ou sem escrúpulos) contou a história toda até, literalmente, a penúltima página! Ô raiva que passei, para nunca mais.
Foi por isso que só fui ler o texto de apresentação para essas “Aventuras de Conrado Falcão” depois de ter lido a primeira das três incluídas no livro, intitulada “O Mistério da Morte do Livreiro”. A apresentação, escrita por Couto Coelho, me surpreendeu muitíssimo ao afirmar, em meio a citações rebuscadas ao weltanschauung (visão de mundo), que o maior mérito do autor Tadeu Pacheco Neves é fazer “um retrato fidedigno de nossa gente”, exercendo o “papel pedagógico” de um verdadeiro “estudo antropológico de nossa terra”, fazendo a “crônica policial” da dura realidade, tal como ela é.
Isso me causou tanto espanto porque o maior atrativo que encontrei nessas aventuras de Conrado Falcão (só li a primeira) foi justamente serem completamente descoladas de qualquer referência possível com a realidade. Li com gosto, realmente, porque a história contada era completamente inverossímil do ponto de vista da “realidade”, tampouco correspondia a qualquer padrão de narrativa da ficção policial. Mas não apenas isso: o propalado “romance policial soteropolitano” era a maior das ficções do livro, pois raras vezes vi personagens tão pouco baianos circulando pelos cenários familiares de Salvador! E volto a dizer, gostei da leitura justamente por essa característica de irrealidade, que trouxe um sabor inusitado à leitura.
Claro que fiquei muito curioso e fui pesquisar a respeito do autor, que na verdade é português, mas veio morar na Bahia. Pouco mais descobri, mas encontrei uma Rua Dr. Thadeu Pacheco Neves no bairro da Boca do Rio, aqui em Salvador (aliás, perto de Itapuã). Talvez a rua homenageie um diretor da Associação de Aposentados da Coelba na gestão de 2000 a 2003. Não sei se se trata do autor das “Aventuras de Conrado Falcão” (publicado em 2010), que chegaram a um segundo volume ao menos. Muitas perguntas sem resposta…
Terminada a resenha, vou devolver o meu exemplar para o Cantinho dos Livros. Que agora outro leitor vá se entreter com esses mistérios!
“Peri
tão pouco índio, é fato,
Mas tão
brasileiro...”
(Manuel Bandeira, Sextilhas
Românticas)
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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor
de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/).
Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).
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CRIANÇAS:
Acredito que seja um romance fascinante de ler
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Saudações poéticas
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Gratidão pelo comentário e por essa energia boa!
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