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sábado, 26 de agosto de 2023

UM BALDE DE PIPOCAS ENSANGUENTADAS CONTRA A GLAMORIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA

 


Resenha do livro “POPCORN”, de Ben Elton

Conforme anunciado na capa da edição que li, “Popcorn” recebeu o Prêmio Golden Dagger de “Melhor Romance Policial de 1996”, conferido pela Crime Writer’s Association. A narrativa é mesmo eletrizante e mantém o leitor grudado na leitura de páginas recheadas de ultraviolência narrada em um tom de farsa histérica que permeia toda a trama.


Imagino que na época de sua publicação o livro tenha sido ainda mais impactante, pelas referências explícitas a dois grandes sucessos do cinema lançados apenas dois anos antes, em 1994: “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino (https://youtu.be/s7EdQ4FqbhY?si=ycM8W3EneBle3XiS), e “Natural Born Killers”, de Oliver Stone (https://youtu.be/XpLKNclOtLg?si=8FUj-Zz6e1wtLGtu). A história pode até ser resumida da seguinte forma: Bruce Delamitri é um alter ego de Tarantino, um diretor de cinema que é premiado com o Oscar por um filme violentíssimo (estilo “Pulp Fiction”). Ao voltar da cerimônia da premiação, ele descobre que sua mansão foi invadida por um casal de psicopatas serial killers idênticos aos protagonistas de “Assassinos por Natureza”. Os dois fazem uma demanda bizarra ao diretor premiado, expondo as contradições e hipocrisias da sociedade moderna com seu culto à violência.


Ao dar uma pesquisada sobre o autor de “Popcorn”, Ben Elton, descobri que o escritor britânico é também ator e comediante, tendo inclusive sido roteirista da série “Mr. Bean”, estrelada por Rowan Atkinson (https://youtu.be/KDr68OjO1uc?si=LkcnXP6DFFbEZqTg). Isso explica em parte o tom farsesco da história.


A questão que sempre surge nesse tipo de paródia é que toda crítica acaba de um modo ou de outro reforçando aquilo que se propõe a criticar. A banalização e até mesmo a glamorização da violência são ironizadas por meio de doses maciças de violência, que acabam por sua vez banalizando e glamorizando a violência... O que me faz lembrar da sábia atitude de Madre Teresa de Calcutá, que nunca participava de nenhum movimento “contra” (“contra a guerra”, “contra a violência” etc.). Ela só aderia a causas “a favor” (“pela paz”, “a favor do amor” etc.). Se você fica repetindo frases como “contra o ódio”, no final das contas você está falando apenas de ódio. Esse foi um erro crasso cometido durante as eleições presidenciais de 2018 no Brasil, com a campanha do “Ele não”, que só fez fortalecer as maldades e insanidades do Coiso...

Voltando ao livro “Popcorn”, tal como o título promete, é uma diversão altamente calórica e nada saudável, exatamente como um balde gigante de pipocas de cinema saturadas de sangue... ou de gordura hidrogenada.


  

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

Facebook: https://www.facebook.com/sincronicidio

Instagram: https://www.instagram.com/prosaepoesiadefabioshiva/

 



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O SINCRONICÍDIO – Fabio Shiva

“E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”

Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.

“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”

Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.

Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.

 

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