Resenha do livro “AS
QUATRO ESTAÇÕES”, de Stephen King
Durante muitos anos imaginei que “As Quatro Estações” fosse o melhor livro dentre os tantos já escritos por Stephen King. Isso porque quando eu tinha de 14 para 15 anos (e considerava King o melhor escritor de todos os tempos), ganhei de Natal ¼ desse livro (a editora publicou picotado, para poder vender mais): “Outono da Inocência – O Corpo”. Comecei a ler no mesmo dia e terminei dois dias depois. Gostei muito, e achei a escrita mais “madura” (as aspas são por conta de minha própria “maturidade” na época) que a dos outros livros de Stephen King que eu já havia lido.
Pois bem. Logo em
seguida tive a oportunidade de assistir ao filme baseado nessa história: “Conta
Comigo” (https://youtu.be/-0jDyn5thTY?si=YL18V43uVaZGFGin),
que achei pelo menos tão bom quanto o livro, se não melhor. E tempos depois vi pela
primeira vez “Um Sonho de Liberdade” (https://youtu.be/Y22NgkErOAk?si=ow2qxg83NyRdtHLf),
inspirado em outra das histórias de “Quatro Estações”: “Rita Hayworth e a
Redenção de Shawshank”. Esse acabou se tornando um de meus filmes favoritos,
que já revi incontáveis vezes. Por esse motivo, passei a achar incontestável
que “Quatro Estações” fosse mesmo o melhor livro de Stephen King.
E agora finalmente
tive a oportunidade de ler a história que inspirou esse filme sensacional. E
imaginem a minha surpresa ao constatar que os elementos da trama que mais
provocaram a minha admiração simplesmente não existiam no texto original! Foram
todos acrescentados na adaptação feita por Frank Darabont, que não só foi o
roteirista como também o diretor de “Um Sonho de Liberdade”. Prefiro não
comentar que elementos foram esses para não cometer spoiler, mas se você viu o
filme, basta lembrar das três ou quatro cenas mais emocionantes do filme, e
você saberá quais são as cenas que NÃO existem no livro.
A segunda história
de “Quatro Estações” é “Aluno Inteligente”. Assim que comecei a ler tive outra
surpresa, pois esse texto também foi transformado em filme: “O Aprendiz” (https://youtu.be/GtUpLTPLnJc?si=LA2OGZY36MbFutfn),
que assisti há alguns anos. Aqui ficou ainda mais marcante a diferença entre o
livro e o filme: o texto original traz um desdobramento que, em minha opinião,
estragou a história. Novamente, não posso entrar em detalhes para evitar
spoilers. Mas posso resumir meu descontentamento dizendo que o tema central da
história é o nazismo. No filme, temos algumas alegorias sobre a sedução do Mal,
que potencialmente existe no coração de todos os seres humanos. No livro, esse
Mal é restrito ao âmbito dos monstros. Aqui, portanto, não se trata nem de considerar
o filme melhor que o livro. O filme é bom, enquanto o livro é ruim (em minha
opinião, não custa repetir!).
A terceira história do livro é a já mencionada “O Corpo”. Talvez porque eu já estava meio chateado, não curti tanto reler essa história, cujo ponto forte não é a trama em si, mas a evocação de um certo “clima” de juventude e amizade. É possivelmente o melhor texto do livro.
E então cheguei na quarta e última história, a primeira sobre a qual eu não sabia absolutamente nada: “O Método Respiratório”. E de cara já surge a curiosidade: por que será que essa é a única história do livro que não virou filme? Ao ler o texto, a resposta tornou-se óbvia. “O Método Respiratório” certamente é a história mais fraca do livro, mas creio que não foi adaptada para o cinema por outro motivo: trata-se de uma daquelas histórias de Stephen King mais puxadas para o grotesco, que de alguma forma ele consegue fazer funcionar em sua escrita, mas cujas incongruências ficam demasiado explícitas na linguagem do cinema. Um exemplo desse tipo de narrativa é “Comboio do Terror” (https://youtu.be/IniwjSfs4fs?si=LQnLCGU4QuANqYry), filme horroroso (no pior sentido) dirigido pelo próprio Stephen King e que foi inspirado em um conto até bem legal, “Caminhões” (presente em “Sombras da Noite”).
Sabe aquele velho ditado sobre o livro ser sempre melhor que o filme? Pois bem, ao menos para mim esse ditado acaba de ser desmentido.
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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor
de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).
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FAVELA GÓTICA liberado na íntegra no site da Verlidelas Editora:
https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica
O livro Favela Gótica fala sobre “a monstruosidade essencial do cotidiano”, em uma história cheia de suspense, fantasia e aventura. Ao nos tornamos mais conscientes das sombras que existem em nossa sociedade, seremos mais capazes, assim como a protagonista Liana, de trilhar um caminho coletivo das Trevas para a Luz.
A versão física de Favela Gótica está à venda no site da Verlidelas, mas o autor e a editora estão disponibilizando gratuitamente, inclusive para download, o PDF de todo o livro.
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Book
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Entrevista sobre o livro na
FM Cultura
Resenha (Perpétua):
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