Resenha do livro “VAMADEVA”,
de Brito & Vieira
Desde que vi no Instagram uma chamada desse livro lindo (https://www.instagram.com/p/CyOa-5Cu_lu/), fiquei doido para ler. Mas quaisquer que tenham sido as minhas expectativas, nada me preparava para “VAMADEVA”, obra sui generis que resultou do encontro (ou seria colisão cósmica?) dos textos de Leonardo Triandopolis Vieira com as ilustrações de Gabriel Brito. Não se trata de poesias ilustradas, tampouco de ilustrações legendadas, muito menos de histórias em quadrinhos vanguardistas... e ao mesmo tempo é tudo isso! Brito & Vieira alcançaram uma autêntica fusão genético-molecular entre a palavra e o desenho, tal como só vi no maravilhosamente horrendo filme “A Mosca”, de David Cronenberg (https://youtu.be/fj1SHpBsY7w?si=wqcNOhJD207tswp9).
Mas o maravilhamento/estranhamento de “VAMADEVA” está apenas começando. Chama a atenção o detalhe de que as páginas do livro não são numeradas, sugerindo que o leitor pode escolher a sua própria ordem de leitura. Mas há sobretudo um “hermetismo explícito” (na falta de um termo melhor) emanando do livro, como um desafio permanente a qualquer tipo de interpretação. Foi então que atentei no subtítulo da obra: “...e a escuridão do sentido”, que funcionou como um fio de Ariadne a me conduzir no labirinto de Minotauro. Desisti de procurar “sentido” naquilo que estava lendo, e passei a simplesmente “sentir”...
É difícil explicar
por meio de palavras uma experiência que visa justamente transcender as
palavras. Tive vivências semelhantes lendo gênios como Ferreira Gullar, Hermann
Broch e, evidentemente, Clarice Lispector, que forneceu o mantra que bem
poderia ser o leitmotiv de “VAMADEVA”:
“Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento. Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.”
Lá pelas tantas da leitura, comecei a me intrigar com o título do livro. E qual não foi a minha surpresa descobrir que dentre os muitos significados possíveis para “Vamadeva”, está o de aspecto preservador de Shiva, o Senhor da Mudança! E Vamadeva é também uma das faces de Sadashiva, uma das representações de Shiva com cinco cabeças. Ora, a imagem de Sadashiva foi a primeira tatuagem que fiz, o que acabou indiretamente determinando a adoção do nome Fabio Shiva, depois que tive que renunciar ao meu nome de batismo, Fabio Lopes Barretto, como explico no poeminha “3 X CTI”:
Fabio Lopes morreu.
Fabio Barretto
morreu.
Fabio sem nome
morreu.
Antes eles do que eu!
Não tenho palavras
para expressar o tanto de coisas que senti ao ler “VAMADEVA”. E nem preciso.
Você pode
encontrar o livro nesses links:
https://www.leoescreve.com.br/vamadeva
https://clubedeautores.com.br/livro/vamadeva-2
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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor
de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).
Facebook: https://www.facebook.com/fabioshivaprosaepoesia
Instagram: https://www.instagram.com/fabioshivaprosaepoesia/
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JÚBILO
– Imago Mortis
JÚBILO! é o “álbum silencioso” do Imago Mortis, inicialmente concebido como um EP comemorativo do jubileu de prata (25 anos) da banda. A obra foi composta em julho de 2020, durante um dos piores períodos da pandemia do coronavírus, mas nunca chegou a ser gravada. A publicação do livro físico “DIÁRIO DE UM IMAGO: contos e causos de uma banda underground”, de Fabio Shiva, motivou o letrista a compartilhar o álbum nesse formato de “sombra de canções”, apenas com as letras. Uma experiência diferente, que vale a pena ser vivida. Boa catarse!
Leia
o PDF grátis:
https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/7971321
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