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domingo, 18 de fevereiro de 2024

PARA O BUSCADOR DE SI MESMO, A POESIA É A BÚSSOLA, O PÉ E A ESTRADA

 


Resenha do livro “DESMELODIA POÉTICA”, de Rosalvo Abreu

Há tempos venho testemunhando com muito gosto a jornada poética do querido Rosalvo Abreu em suas postagens nas redes sociais, especialmente no grupo “Cura Poética”, do WhatsApp, onde ele vem nos brindando com poemas quase diários, sempre muito reflexivos e autênticos. Por isso foi uma alegria luminosa encontrar um exemplar da “Desmelodia Poética” no Cantinho dos Livros (espaço para doação e troca de livros no Mercado Municipal de Itapuã).


Ao terminar a leitura, confirmei o que eu já sabia: Rosalvo Abreu é meu tipo favorito de poeta. Há quem veja na Poesia um mero exercício da vaidade, por meio da exibição de habilidades (reais ou imaginárias): esse é meu tipo menos favorito de poeta. Há também quem se faça poeta apenas como forma de escorrer para o mundo suas melosidades internas: desse tipo também gosto menos. Mas há quem busca a Poesia com um intenso anseio e uma fé profunda, como quem persegue um farol na tempestade, como quem se perdeu na noite escura e chora por encontrar o caminho de volta para casa. Há quem sente na Poesia uma magia inegável (ainda que por vezes incompreensível) que permite devassar, ao menos por um instante, o véu do Mistério. Há quem escreve poemas como um aprendiz de feiticeiro, visando ajuntar símbolos mágicos que permitam descobrir o sentido da vida. Rosalvo Abreu é esse tipo de poeta.

Em cada poema de Rosalvo percebemos a Poesia fluindo como um canal de expressão para compreender a si e ao mundo, como nesses versos de “Saudade”:

“Sinto um aperto na alma.

Nesse instante, acontece algo

No meu olhar para o mundo.

Preciso melhorar!

O humano que existe em mim

É insuficiente...”

Às vezes o olhar do poeta se volta para aparentes insignificâncias do mundo externo, como nesses versos de “Encanto”:

“Estou cheio das coisas úteis...

Quero saber como morrem as formigas...

Não as matadas,

Destas eu já vi tantas,

Mas as morridas...

Nunca vi uma.”

Mas é sempre a fundamental jornada do Gnothi Seauton (“Conhece-te a ti mesmo”) que move a pena do poeta, como bem expressam essas linhas de “Consumo do Eu”:

“Não quero levar sobras comigo.

Quero a minha totalidade útil, agora.

Dependo do outro para exercer minha função existencial.

E o meu viver bem depende disto.

Preciso me acabar aqui.”

E a cada passo nessa busca de si mesmo, ao fazer da Poesia uma cartografia da alma, o poeta nos auxilia a cada um de nós em nossa própria jornada. E que assim seja.


 

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

Facebook: https://www.facebook.com/fabioshivaprosaepoesia

Instagram: https://www.instagram.com/fabioshivaprosaepoesia/

 

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Imagine um jogo que ensina as crianças a rimar e fazer Poesia!

Disponível gratuitamente no link abaixo:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6446934

O jogo POESIA DE BOTÃO faz parte do projeto selecionado pelo Edital Arte Todo Dia – Ano IV, da Fundação Gregório de Mattos (Prefeitura de Salvador), com apoio de Athelier PHNX, Verlidelas Editora, Caligo Editora, Suporte Informática e AG1. O propósito do jogo é convidar as crianças a vivenciar o universo da Poesia de forma lúdica e atrativa, como uma “brincadeira de montar versos”. POESIA DE BOTÃO é especialmente indicado para crianças já alfabetizadas, mas nada impede que adultos possam brincar também e se beneficiar com o jogo.

https://youtu.be/UUm0XQfaslM


 

 

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