Resenha do livro “O CADERNO DE MAYA”, de Isabel Allende
Esse é um livro que deixa o leitor mais e mais envolvido a cada página. Quando cheguei ao final da história, me dei conta de que um resumo meramente objetivo poderia induzir quem não conhece o livro (ou a autora) a pensar que se trata de um típico thriller norte-americano, com direito a traficantes de drogas, policiais corruptos e outros bandidos perigosos, perseguições e muitas cenas de violência, tudo isso como parte da jornada da jovem protagonista Maya em busca de si mesma.
Mas notem bem: só ao chegar às páginas finais de “O Caderno de Maya” foi que percebi que, pela temática, o livro poderia ser considerado um thriller e até daria, provavelmente, um ótimo filme de suspense e aventura. No decorrer da leitura, no entanto, muitas outras impressões distintas foram sendo sugeridas: uma narrativa eminentemente latino-americana (apesar de boa parte da história se passar nos Estados Unidos), com o tema da ditadura de Pinochet como pano de fundo para o bildungsroman (romance de formação) da narradora Maya, neta de uma chilena exilada que foge para o Chile em uma situação semelhante de perseguição e exílio.
Os inúmeros conflitos pessoais e familiares de Maya fazem um contraponto com a história recente do Chile, com os desafios e contradições comuns não só ao resto da América Latina, como ao mundo atual como um todo. Ler “O Caderno de Maya” me ajudou a compreender um pouco mais as insanidades que temos testemunhado no Brasil e no mundo, com o inquietante fortalecimento da extrema direita, que leva pessoas que se consideram “cristãs” e “de bem” a apoiarem entusiasticamente a humilhação, tortura e assassinato de outros seres humanos.
E essa foi só uma das muitas camadas de leitura desse livro incrível. Há também um suave, porém distinto toque de realismo mágico, na melhor tradição de Gabriel García Márquez, há algumas lindas e originais histórias de amor, há uma feminilidade pujante emanando de cada página. Essa mistura toda é o que torna “O Caderno de Maya” uma obra sui generis, que certamente diverte e ao mesmo tempo enriquece a experiência de seus leitores.
Foi o primeiro livro de Isabel Allende que li. Gratidão à minha querida filha Roquelina Magnolia, por ter praticamente enfiado esse livro em minhas mãos. Gostei tanto que corri para assistir ao excelente seriado “Isabel” (https://youtu.be/TL2EVufM5bA?si=CG9zNybXF2_JVirV), sobre a autora. Recomendadíssimo!
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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor
de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).
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HISTÓRIAS DE MAINHA
“É claro que minha mãe é muito mais do que as anedotas
contadas aqui. Ainda assim, acredito que será possível, mesmo para quem não a
conhece pessoalmente, ter acesso a algo de sua essência pela leitura deste
livro. Não se trata de uma biografia, e nem poderia, mas sim de algo como um
lúdico holograma. Em cada piada, em cada risada, espero que você tenha acesso a
uma alegria mais profunda, que talvez seja inexprimível por meio das palavras.”
(Fabio Shiva)
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