“Amy deveria ter descoberto, já faz algum tempo, que as mãos se opõem à cabeça, que vivemos um cenário diferente, que a mídia constrói e destrói, que os fãs não são confiáveis, e quando você movimenta aquelas, esta pode parar. Não sei se isso seria uma grande descoberta para ela, afinal, ela era rica, famosa, mas de bunda chulada, mas de qualquer forma gosto quando a cabeça pára o maior tempo possível, caso contrário enche-se de temores, suspeitas, desejos, memórias e todas essas inutilidades contemporâneas que as cabeças guardam para deixar vir à tona quando as mãos estão desocupadas.
Mas a Amy entregou os pontos. Largou o Leão em Salvador e voltou para Londres. Voltou para lá e entregou-se ao Voldemort. E a notícia da sua morte espalhou-se na internet como o rastilho de uma bomba, com internautas, anônimos e famosos comentando o seu fim. O mundo pode estar em crise, em África vive-se uma crise humanitária, a Noruega chora as vítimas de dois atentados, mas a morte de uma figura pública em decadência acaba sempre por atrair mais as atenções de quem está colado ao mundo virtual.”
fonte: LC, 25/07/11
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