Agatha Christie se diverte!
Neste livro ela se coloca na pele da enfermeira Amy Letherean, uma típica boa moça inglesa que se vê em meio a um cenário de assassinato. Tantas “Amys” já apareceram em livros da Dama do Crime, sempre em papéis coadjuvantes, que Agatha deve ter achado divertido alçar esta “Amy” em particular à condição de narradora de sua trama de mistério.
Sendo uma aventura de Hercule Poirot, já se adivinham os comentários que a típica moça inglesa irá fazer sobre a cabeça em forma de ovo, os bigodões, a gabolice e todos os “estrangeirismos” do famoso detetive belga. Para um fã de Agatha Christie, a diversão é garantida!
Achei esse livro “na média”. Se não é uma das obras-primas de Agatha Christie, tampouco é um dos raros livros dela que ficam aquém da expectativa. Talvez, pelo empenho em caracterizar ricamente a personagem de Amy Letherean, os demais personagens tenham me parecido menos vívidos. Nada que comprometa o prazer da leitura.
Por falar em prazer de ler, é interessante como muitas vezes esse prazer é ampliado por elementos totalmente estranhos à leitura em si. Angélica havia comentado sobre como aprecia uma boa capa, principalmente nos romances de nossa querida Agatha Christie, chegando a trocar as edições que tem por outras com capas mais interessantes. Embora eu concorde com a Marcinha que jamais devemos julgar um livro pela capa, confesso que me deixo influenciar bastante pela capa, pois a capa já dá uma idéia do livro que iremos encontrar.
Agora, uma coisa que definitivamente está associada ao meu prazer de ler, é o cheiro!!! Adoro cheiro de livro, tanto o do livro recém-impresso, estalando de novo, com o cheiro de papel misturado com o cheiro da tinta, quanto o cheiro do livro antigo, não o cheiro de mofo, mas o cheiro levemente adocicado do papel que já está marrom de tão velho, que delícia!!!
A Boticário devia pesquisar com urgência essas essências tão maravilhosas...
(título original do livro: “Murder in Mesopotamia”)
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