domingo, 4 de março de 2012

A VIDA E A ÉPOCA DE HERCULE POIROT - Anne Hart


Esse livro é uma biografia do detetive mais famoso de Agatha Christie, Hercule Poirot. Para escrevê-lo a autora obteve a autorização da filha de Agatha, Rosalind Hincks, que disponibilizou à autora o acesso a toda obra de sua mãe e a apoiou durante o empreendimento.


Anne Hart

Os capítulos do livro têm, logo abaixo do título, uma frase extraída dos livros de Agatha, quem a pronunciou na história e o título dessa história, quando é o caso. Às vezes apenas o título do livro,o pensamento de alguém ou uma descrição feita pelo narrador. Copio-os aqui para que se possa ter uma ideia do que o livro apresenta.

Não estranhem o linguajar e as palavras acentuadas ou escritas de forma errônea, é que tudo tudo que transcrevi copiei de um exemplar cuja edição é portuguesa.


1) SOBE O PANO

“O meu nome,” disse Poirot, fazendo, como de costume, com que esta simples declaração nos fizesse imaginar a subida do pano do primeiro acto de uma peça: “o meu nome é Hercule Poirot”.

Os Trabalhos de Hércules


2) OS PRIMEIROS ANOS EM INGLATERRA

“Ele avançou sorridente”.

Do conto: “O caso de Victory Ball”



3) OS ANOS 20

“Esta rua, não é uma rua aristocrática, mon ami! Aqui não há um único médico da moda, nenhum dentista da moda – muito menos uma chapeleira a moda! Mas há um detective da moda. Oui, meu amigo, é verdade – eu tornei-me a moda, dernier cri!”

Hercule Poirot, “A aventura do Western Star”


4) OS ANOS 30

“Aqui o Monsieur Poirot,” disse Japp, “Teria dado um bom cartaz publicitário para um tónico capilar. Com os seus bigodes a crescerem cada vez mais belos. E a chegar à ribalta com a sua idade! Metido em todos os casos célebres do momento. Mistérios em comboios, mistérios em aviões, mortes na alta sociedade – oh!, ele está em todo lado.”

Os Crimes do ABC



5) OS ANOS 40

"Amanhã vem cá almoçar uma pessoa que desvenda crimes.”

Midge Hardcastle, The Hollow



6) AS ÚLTIMAS TRÊS DÉCADAS

Ele era o grande, o único, Hercule Poirot, mas era também um homem muito velho e os sapatos apertavam-lhe.

Poirot Contra a Evidência


7) THE COMPLETE POIROT

“Você é único. Uma vez visto, nunca mais se esquece.”

Inspector Japp, A Diabólica Casa Isolada



8) O MUNDO INGLÊS DE HERCULE POIROT

“Oh, vocês os Ingleses! Com nous autres é diferente.”

Hercule Poirot, Poirot, o Golfe e o Crime



9) O CAPITÃO ARTHUR HASTINGS, OBE

“Este é o meu amigo, o Capitão Hastings. Assiste-me nos meus casos.”

Hercule Poirot, A Morte de Lord Edgware



10) O POIROT DOMÉSTICO

O apartamento era moderno. Os móveis da sala também eram modernos. Os cadeirões eram quadrados, as cadeiras direitas eram angulosas. Uma escrivaninha moderna estava perfeitamente enquadrada com a janela e nela estava sentada um homem pequeno e idoso. A sua cabeça era praticamente a única coisa naquela sala que não era quadrada.

“O Espelho do Morto”



11) O POIROT EXPEDICIONÁRIO

Faziam-se comentários sobre um novo hóspede acabado de chegar, tentando adivinhar a sua nacionalidade. Harold pensou que um bigode como aquele só podia ser francês – Elsie disse alemão – e Mrs Rice achou que podia ser espanhol.

Os Pássaros de Estínfalo



12) O MEU AMIGO POIROT

“Os amigos de Poirot são muitos e muito variados, desde homens do lixo a duques.”

Arthur Hastings, “Pecado Duplo”



13) A CONDESSA ROSSAKOFF E Mrs. OLIVER

“Meu querido – meu muito querido amigo! Que alegria vê-lo novamente!”

Condessa Van Rossakoff, “A Captura de Cérbero”



14) O POIROT DISPONÍVEL

“Mas o senhor está mesmo no cimo do mundo, não está M. Poirot?... Ou seja, o senhor é o tipo de pessoa que é visitado pela realeza, ou pelo Ministério do Interior ou por duquesas.”

Gladys Nevill, Os Crimes Patrióticos



15) O POIROT DETECTIVE

“... quero apenas levá-los a todos numa viagem – a minha viagem à verdade.”

Hercule Poirot, Assassínio na Mesopotâmia

DETECTIVE: Aquele cuja ocupação é descobrir assuntos engenhosamente escondidos. The Oxford English Dictionary



16) CAI O PANO

“Este, Hastings, será o meu último caso. Será também o meu caso mais interessante.”

Hercule Poirot, Cai o Pano

“Você é realmente incrível, Poirot.”

Arthur Hastings, Cai o Pano


E tem os Anexos:


I. Poirot: Bibliografia original:

Livros

Contos



II. Adaptações ao cinema e à televisão:

Filmes

Televisão



III. Obras de referência



IV. As edições portuguesas (e os títulos originais correspondentes)



V. Os contos (o título em português e o original)



A adaptação mais fiel dos livros de Agatha Christie para o cinema é, sem dúvida, Assassinato no Expresso do Oriente. Veja o trailer:


http://www.youtube.com/watch?v=JTYA01glGqo



O livro fala desde o surgimento de Hercule Poirot até a sua morte. A autora analisa diversos aspectos da vida dele, a idade é um dos. Sabe-se que Agatha não gostava de Poirot e o criou já sendo um policial aposentado, o que implica que ele já não era jovem. Provavelmente devido ao sucesso do personagem não pode matá-lo de imediato. Todavia, ficou complicado para ela escrever histórias com ele, que não poderia ser tão velho ao atuar em algumas delas e, devido ao ano em que estas aconteciam, a idade de Poirot torna-se incoerente. Esse assunto é abordado amplamente no livro.



Eis o que diz Agatha Christie sobre não gostar de Poirot e que aparece no Prefácio do livro:


“Para o seu criador, a incomparável Agatha Christie, ele foi por vezes um autêntico tormento. Em 1938, uns escassos vinte e dois anos após a sua gênese, ela desabafou durante uma entrevista: ‘Já houve alturas em que senti: Porquê?, mas porque razão é que eu havia de ter inventado esta criaturinha detestável, bombástica e fatigante?... sempre a pôr tudo em ordem, eternamente a revirar os bigodes e a inclinar a sua cabeça em formato de ovo'... Lembrei que com alguns traços de caneta... o poderia destruir por completo. Ele [um aparte meu: esse ele refere-se ao criador de Poirot] replicou de forma grandiloqüente: É impossível livrar-se de Poirot dessa maneira! Ele é demasiado esperto.”





Esses pensamentos de Agatha sobre Poirot me fizeram lembrar de comentários semelhantes que um de seus detetives, a escritora Ariadne Oliver, faz do seu detetive finlandês cujo nome nunca consegui gravar...rs...



O livro traz algumas notas de rodapés, todas muito interessantes que indicam, por exemplo, que a frase citada naquele capítulo pertence à primeira ou segunda versão do livro, ou, que em tal livro um hotel que também aparece em outros tem a disposição dos seus quartos alterada. Até há uma que indica algo que “passou batido” por Poirot.



O livro analisa, entre muitas coisas, o encontro de Poirot com os inspetores e outros detetives de Agatha, as mulheres importantes de sua vida (a condessa Van Rossakoff e Ariadne Oliver até têm um capítulo para elas, mas, fala também de Miss Lemon), as residências onde morou, os empregados que o serviram e diversas passagens dos muitos livros que atua. Até mesmo a sua vida familiar é abordada. Há muita comparação de fatos, lugares, situações e pessoas.



Enfim, é um livro que os amantes de Poirot não devem deixar de ler, mas, a leitura será mais interessante para aqueles que já leram todas as aventuras do detetive, caso contrário, alguns fatos não terão significado. Até sugiro que quem não leu todos os livros dele não leiam este porque tem diversos spoiler.


Um comentário:

  1. Não conhecia esse livro, mas confesso que fiquei louca já para ler. Embora não tenha lido todos os livros de Agatha, mas estou trabalhando nisso...

    abraços!
    Camila Márcia
    @camila_marcia
    http://delivroemlivro.blogspot.com/
    http://devaneiosfugazes.blogspot.com/

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