É sempre uma emoção especial ler um dos clássicos, um desses livros sobre os quais ouvimos falar zilhões de vezes e, de tempos em tempos, temos a oportunidade de ler. Esse é bem o caso de “A Utopia”, publicado pela primeira vez em 1516.
A palavra “utopia” foi retirada do grego e significa literalmente “lugar nenhum”. Pela própria influência do livro, no entanto, o termo “utópico” passou a se referir a qualquer ideal tão elevado ou aspiração tão sublime a ponto de parecer mera fantasia, um sonho de realização impossível. A ilha de Utopia é uma sociedade perfeita, do ponto de vista do autor.
Ao visitar Utopia, minha atenção foi capturada por dois pontos principais. O primeiro deles é que os principais problemas da coletividade humana continuam sendo os mesmos de quinhentos anos atrás: desigualdade, miséria, fome, exploração do homem pelo homem, guerras. E o segundo ponto é que More, para criar a sua sociedade perfeita, modificou apenas uma característica principal: no reino de Utopia não existe o dinheiro. Não é difícil perceber como os dois pontos estão interligados e como a mera existência do dinheiro é a causa dos maiores malefícios enfrentados pela família humana.
E o que é o dinheiro, afinal? Inicialmente foi inventado para facilitar a troca de mercadorias, depois se tornou uma referência para um lastro em ouro nos bancos, depois foi se tornando progressivamente imaterial, uma abstração. O dinheiro só existe hoje porque as pessoas acreditam no dinheiro. Como demonstra a atual crise financeira, essa crença pode ser bem perigosa, pois de uma hora para outra o mundo inteiro pode ir pro brejo sem que ninguém saiba explicar direito o porquê. Está na hora do homem, em sua infinita criatividade, inventar algo mais interessante que o dinheiro para governar as nossas vidas.
Essa questão é ilustrada de uma forma brilhante em “A Utopia”: na ilha existem escravos, que são pessoas que cometeram crimes e que podem voltar a ganhar a liberdade após cumprir suas penas. Para que os escravos sejam facilmente reconhecidos onde quer que vão, eles usam correntes e elos feitos de ouro e prata, metais que não possuem nenhum valor em Utopia...
Esse exemplar da Coleção Os Pensadores traz ainda o texto “Diálogo Sobre o Conforto Espiritual e a Atribulação”. Achei esse texto ainda mais enriquecedor que “A Utopia”. More é um grande conhecedor da alma humana. Seu texto é permeado de citações bíblicas e menções ao demônio, mas por detrás da linguagem religiosa e totalmente adequada à época é possível perceber uma psicologia profunda, uma visão bem ampla da natureza humana e de seus conflitos.
Thomas More teve uma origem relativamente humilde, mas conseguiu galgar posições de destaque e tornou-se chanceler na corte do rei Henrique VIII. Quando o rei quis separar a Inglaterra da autoridade papal e se divorciar de Catarina de Aragão, More recusou-se a assinar o documento que legitimava o divórcio. Em conseqüência, foi aprisionado na Torre de Londres e posteriormente decapitado. Quatro séculos depois de seu martírio, em 19 de maio de 1935, Thomas More foi canonizado por sua corajosa defesa da liberdade de pensamento.
São Thomas More, rogai por nós!!!
Oi! Adorei seu blog! Estou fazendo o sorteio de um exemplar do livro Um Mundo Brilhante no meu blog, caso queira dar uma passada!
ResponderExcluirhttp://aceitaumleite.blogspot.com.br/2012/04/promocao-aceita-um-mundo-brilhante.html
Beijos
Lu Tazinazzo
Esse livro não faz bem o meu estilo de leitura habitual, acho que poderia achar (hshahaha) esse livro meio enfadonha!!! =P
ResponderExcluirMas adorei a resenha ^^
Beijos.
#Resenha falada.
Olá queridas!
ResponderExcluirAgradeço os comentários!
Lu parabéns pelo blog (e seja muito bem-vinda)!
Carol que bom que você curtiu a resenha! Quem sabe você não iria gostar tanto do livro quanto eu gostei!
Eu adoro quando a gente finalmente consegue ler um livro que todo mundo diz que é ótimo e que é considerado um clássico. A gente tira um livro da lista de clássicos. UASASHAU
ResponderExcluirEnfim, fico feliz que você tenha gostado tanto! Vou procurar para ver se compro.
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Olá!!!
ResponderExcluirEu tenho esse livro em casa e nunca li (vergonha) Achei tão interessante sua resenha que vou tira-lo da estante!
Prazer em conhecer seu blog e já estou seguindo!
Bjoss
Visite: www.amorporclassico.com
ResponderExcluirTem promoções dos livros Para sempre e Presentes da Vida.
olá queridas, valeu pelos comentários!
ResponderExcluirolha só posso recomendar novamente a leitura, o livro é bom demais!!! merece totalmente o título de "clássico", e continua super atual!!!