A VALSA
nº 6 – Nelson Rodrigues
Fiquei louca por essa obra escrita em 1951,
pois descortina mais uma vez um Nelson poético e totalmenteee lírico. Diferente
daqueles textos completamente sexuais, pornográficos e críticos que
conhecemos...o autor nos envolve em um lindo monólogo de uma jovem que é
assassinada pelas costas aos 15 anos,
enquanto tocava a Valsa nº 6 de Chopin, obra que aliás ela tinha
obsessão.
Sem subterfúgios e preocupações com nada mais além da própria dramaticidade da
fala poética, a protagonista vai deliciosamente junto com o autor, lentamente
montando um grande quebra cabeças de suas memórias antes do assassinato.
Em uma espécie de transe sem memória na
passagem entre a vida e a eternidade, a protagonista se perde do seu eu, e tenta
se montar a partir de algumas memórias lembradas, inventadas e reinventadas.
Uma passagem entre a vida e a morte, sobre o olhar soturno de memórias que se
situam entre realidade, a alucinação e a ficção.
Mesmo sendo sua décima peça teatral e só
ficando em cartaz 4 meses, foi considerada uma grande obra pela crítica. O monólogo
foi montado sem luxo, com um custo bem barato onde Nelson lança como estreante
sua irmã mais nova Dulce Rodrigues.
O final é surpreendente claro...bem a moda Nelson Rodrigues.
Eu amo essa valsa, e acho que ela cabe muito bem na obra pela sua intensa dramaticidade
musical...Eu ameiiiiii a obra e recomendo!!
http://www.youtube.com/watch?v=v0kIKRd-X28
http://www.youtube.com/watch?v=v0kIKRd-X28
Viva Nelson!!!
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