Há
muito tempo eu queria ler um livro desse autor, que me foi muito bem
recomendado.
Talvez
“O Inventor da Solidão” seja o livro menos indicado para se iniciar na obra de
Paul Auster. Por outro lado, foi um belo começo!
Pois
certamente Paul Auster escreve muito bem. Um autor inteligente, erudito e
criativo, com um estilo elegante e com um “sabor” muito próprio.
O
desafio vem do livro não ser de ficção, mas autobiográfico, e portanto uma obra
atípica. O livro é dividido em dois textos, “Retrato de um Homem Invisível” e
“O Livro da Memória”. São dois textos complementares, embora muito distintos
entre si. No primeiro, Auster mergulha na vida do pai recentemente falecido e
reconstrói sua difícil relação com ele. E no segundo mergulha em si mesmo, tecendo
um brilhante mosaico com pepitas arrancadas das profundezas da memória.
Admirei
intensamente a habilidade, coragem e o talento do autor. Não posso dizer que
compartilho de sua visão de mundo, marcada pelo pessimismo.
Essa
diferença tornou-se mais pronunciada em “O Livro da Memória”. Auster refere-se
continuamente ao acaso para expressar o seu assombro com a sincronicidade. Uma
obstinada recusa em atribuir significado ao que lhe causa assombro o leva a
concluir que a vida não tem sentido.
Não
pude deixar de comparar com Hermann Broch, que é tão intelectual quanto (ou até
mais), e nem um pouco “bonzinho”, mas que conseguiu extrair mais substância de
sua intelectualidade.
Penso
que um livro como esse pode ser nocivo, por induzir ao erro. O mergulhador que
não encontra a pérola no fundo do oceano não deve culpar o mar. Ele é que não
soube mergulhar.
Ainda
assim, gostei muito de ter lido esse livro e pretendo ler outros do mesmo
autor.
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Aproveito para convidar você a conhecer o livro O SINCRONICÍDIO:
Booktrailler:
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MANIFESTO – Mensageiros do Vento
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):
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