sexta-feira, 12 de abril de 2013


O CAPOTE - Nikolai Vasilievich Gógol


Eu tenho tara por literatura russa... Essa obra escrita em 1842 com titularidade original 'The Overcoat' foi considerada uma obra prima e seu autor o verdadeiro introdutor do realismo na literatura russa, um vanguardista-visonário, sendo ele também, o influenciador dos autores que adoro... Dostoievski e Tolstoi e eu tenho imenso prazer em falar dela.

A história é simples e é com essa simplicidade que Gógol critica satirizando, com o humor que lhe é característico, o sistema russo daquele século.
Um escrevente mal pago pelo sistema público russo, simplório e solitário, junta tostões por muito tempo e compra um casaco, que se torna dentro da monotonia da sua vida sem graça, motivo de ansiedade e felicidade, mas que lhe é roubado no primeiro dia em que o veste... acaba nesse momento o sonho e toda a alegria do personagem, e começa toda uma maratona e um rosário de humilhações, dor e morte.  

Bem... é  bom lembrar que Gógol sofreu na pele, algumas das mediocridades que critica nessa obra...foi também funcionário público da mesma cidade que seu protagonista,  São Petersburgo Acredito que desvendou para nós leitores, sobre a máscara do seu protagonista estranho-solitário,  a viva sensação da vida medíocre que sentiu nessa época, toda sua indignação acerca do sistema que tanto odiou viver, como também viveu na pele desse personagem, boa parte de sua personalidade esquisita e excêntrica, em longas passagens detalhadas da obra.
Li muitas obras desse autor... e uma que realmente eu adorei e acredito que descreva  muito desse louco autor,  é “ Diário de um Louco”. Maravilhosaaaaa!!!


Gógol morre revoltado com tudo aos 43 anos.... vitimado por alucinações místicas (anêmico e num estado avançado de inanição por greve de fome, numa batalha contra o diabo), muito amargurado e numa das maiores crises depressivas de sua vida, chegando a ser chamada de semi-loucura. Nunca de verdade se adaptou ao mundo e a época em que viveu, e sempre sofreu de uma melancolia incontrolável. Dizem as bibliografias, que foi a herança da extrema religiosidade de sua mãe, que o levou a morte... pena ter queimado no auge de sua alucinação e por influência de um fanático padre, na hora de sua morte, os  manuscritos originais da segunda parte de sua maravilhosa obra “Almas Mortas”, nos deixando órfãos dessa publicação...uma verdadeira lástima literária mesmo.
Enfim a obra é bárbara e eu recomendo!


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