Esta obra
editada 1 ano depois da morte do autor em 1901, mostra um Eça menos crítico que procura e
encontra no final de sua vida somente a paz. A obra faz um contraponto entre a
agitada vida urbana e a paz do campo. Evidente que um autor que criticou a
sociedade por toda uma vida, não modificaria tanto suas reflexões, e assim
ironiza criticamente os males da civilização moderna, usando como referência os
primorosos valores da natureza, que se perderam pelo modernismo.
O enredo
é fantástico...bem dentro dos moldes do mundo moderno e das reflexões sobre o
egoísta e fútil mundo urbano. Um burguês
completamente urbano, deslumbrado pelas tecnologias e pela cidade de Paris do
ano de 1892, que não encontra na paz do campo nenhum refúgio, se encontra com um
amigo vindo da serra, que percebendo que o alto grau de civilização do amigo
estava mexendo muito com sua cabeça, convence-o a visitar o campo. Ambos partem de Paris para a propriedade
rural do burguês... mesmo a contra gosto e dentro de reclamações depreciativas
sobre a pacata vida rural.
Dividido
em duas partes o romance narra a história do protagonista de origem e fortuna
portuguesa vivendo na cidade de Paris,
completamente feliz com a sua civilidade. A outra revela um protagonista
completamente adaptado à natureza das serras portuguesas, que encontra nas
coisas mais simples do campo uma nova razão para viver. A tensão da futilidade
e violência emocional dos habitantes da cidade confronta-se com a delicadeza,
humildade e paz dos moradores do campo...
Numa
briga ferrenha entre a comodidade urbana e o primitivismo rural, o protagonista
vai mudando de opinião. Um burguês medíocre e fútil, que encontra a felicidade
e sua própria alma e essência, nos braços da vida simples e natural...sem contar
o amor.
Cacos da
urbanidade de toda uma vida ainda latejam no protagonista, que mesmo feliz
sente que o ócio pode levá-lo a um estado de letargia física.....assim, desenha
futuras mudanças, inovações e benfeitorias por sua propriedade, trazendo
para dentro da simples vida rural um pouco de sua tão querida civilidade
moderna. A vida simples e saudável se entrelaça com a
pobreza e atraso dos humildes do campo, emocionando-o a ponto de fazê-lo querer
cuidar desse povo e de suas necessidades mais básicas, causadas pelo atraso
cultural do lugar.
Lindas
descrições urbana e rural fazem da obra
um romance lírico e prazeroso, caracterizando uma nova fase do autor. A obra
reserva ao leitor muitas emoções, romance e sonho. A belíssima obra reforçou as minhas
reflexões sobre a paz interior e a egoísta loucura urbana.
Fábio...eu sei que gosta do aroma das folhas e o toque do papel, mas se quiser na tela, taí do nosso arquivo de Domínio Público que não é crime. ahahah http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1790 Bjs
Quero muito ler esse!!!
ResponderExcluirFábio...eu sei que gosta do aroma das folhas e o toque do papel, mas se quiser na tela, taí do nosso arquivo de Domínio Público que não é crime. ahahah
ResponderExcluirhttp://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1790
Bjs