Essa edição da Alfaguara (Ed. Objetiva)
na verdade traz uma compilação de quatro obras do autor, sem dúvida alguma um
dos maiores poetas brasileiros.
Em O
Rio, longo poema de 1953, temos a original narrativa do Rio Capiberibe, que
conta sua trajetória desde a nascente até alcançar o mar, na cidade de Recife.
O próprio Rio é quem conta o seu trajeto, cenário ponteado pelo sofrimento
humano.
Em Paisagens
com Figuras (1954-1955), temos vários poemas curtos que alternam cenários
de Pernambuco e da Espanha, em um inusitado contraponto que reflete a biografia
do poeta, nascido em Recife e diplomata na Espanha.
Uma
Faca Só Lâmina (1955) é a imagem talvez da obsessão poética
de João Cabral de Melo Neto, uma faca cortando o poeta por dentro, tornando o
seu olhar aguçado para a realidade, empenhado em “não poetizar o poema”, em não
colocar perfume nas flores, mas em... em o que? Só lendo para sentir por si
mesmo e descobrir.
Mas é mesmo Morte e Vida Severina (1954-1955) a obra-prima, tão poética e
profunda que nem saberia como dizê-lo. Ao término da leitura, senti um nó na
garganta, que a poesia de JCMN faz chorar por dois motivos. Primeiro, por
lembrar de tanta gente sofrendo tanto, meu Deus! E segundo, por mostrar esse
sofrimento de forma tão bonita!
***///***
Aproveito para convidar você a conhecer o livro O SINCRONICÍDIO:
Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI
Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/
***///***
MANIFESTO – Mensageiros do Vento
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):
Bela resenha!!! Cabral é duro, sisudo, mas seu versejar encanta até corações de pedra! Excelente dica de leitura!
ResponderExcluirValeu querida!
ExcluirViva a poesia!!!