Adoro os russos...Nabokov
era um russo que buscava muito entender a alma humana...bem, não muito
diferente de todos nós né? Ahahaha
Li uma curiosidade
dessa obra...a de que foi publicada pela
primeira vez em 1932, com a titularidade em russo pelo próprio autor - “Камера Обскура” e 4 anos depois traduzido para o inglês sobre o título “Camera
Obscura” (tradução essa, que não agradou ao autor), e em 1938 relançado como Riso
no Escuro.
O começo da obra nos
lembra uma fábula infantil com sua eterna frase: Era uma vez...A obra conta a
história de um burguês, feliz, que amou
e não foi amado por sua amante, e sua vida acabou em desastre. Assim o
próprio autor faz no prólogo, um resumo da obra toda. Que maldade!!!! Bem,
Garcia Marques em Cem anos de Solidão, Voltaire em Cândido, Kafka em
Metamorfose também usaram dessa prática inicial. Nada muito original, mas suas
entrelinhas contam mais que um desastre amoroso.
Esse protagonista, morador de Berlim, crítico de arte maduro, como já disse acima,
casado, rico e feliz, cai nas garras do cupido sem querer e se apaixona por uma
jovem, de status diferente do seu...sofrendo com esse enlace extra-conjugal.
Como não podia deixar de acontecer, o triângulo amoroso se faz presente, a
partir do aparecimento do personagem inescrupuloso, amante da jovem, onde se começa a perceber, a alusão do autor ao binômio,
crueldade x ingenuidade na trama.
Nabokov com muita habilidade, faz com que um
previsível romance em triângulo, se torne em uma obra surpreendente e
envolvente. Relata com muita delonga e vigor, como um homem maduro, respeitável
e feliz, abandona a esposa e seu lar, por uma jovem com metade da sua idade,
que almeja se tornar estrela de cinema...
Carregado da ânsia sexual característica do homem,
conhece no escuro de um cinema Margot, uma
lanterninha que traz em si o sonho de ser atriz. Adolescente petulante, filha
de neuróticos, ex-prostituta frustrada, vulgar, aproveitadora e manipuladora, e
que faz da alma do seu destino presente deste homem, um verdadeiro inferno de
humilhações e manobras sórdidas, roubando-lhe
não só a alma e a paz, mas também destruindo seu o casamento, sua dignidade e
parte de seu patrimônio.
Albinus começa a
cometer loucuras pela ninfeta, e vê-se completamente cego e preso por essa
relação psicótica, exploradora e humilhante. Um homem fraco, egoísta e frio,
que mereceuuuuuu tudo o que passou !!!!
Bem Nabokov parecia
conhecer essas proezas e esses entraves românticos com diferenças de idade
mesmo, foi ele que escreveu nos anos 50 a obra “Lolita”, que falava do mesmo tema.
Será que era fixado em ninfetas? Ahahahaha Aliás esse termo ninfeta foi popularizado por
ele mesmo. A obra apesar do enredo comum traz seus encantos literários, pelas
mãos desse grande autor.
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