Procurei na Internet pra saber qual é o
título desse livro em português, mas consegui descobrir também que o livro virou
um filme francês, La Cérémonie, que
aqui no Brasil foi lançado como Mulheres
Diabólicas.
Tem livros que já nos mostram a que
vieram desde a primeira frase, e assim foi com esse (segue em tradução livre
minha):
“Eunice
Parchman matou a família Coverdale porque não sabia ler nem escrever.”
Esse livro me interessou muito por um
motivo pessoal, pois utiliza a mesma técnica que usei em meu romance O Sincronicídio, que (como fica óbvio já
nessa primeira linha) consiste em apresentar de cara ao leitor uma informação
importante, e construir o suspense a partir dessa informação. Essa é a
diferença básica entre o Suspense e o Mistério, pois no Mistério o segredo só é
revelado no final, enquanto que no Suspense o leitor (ou espectador) conhece o
segredo desde o início, embora os personagens geralmente desconheçam.
Só por esse ponto a leitura foi muito
válida para mim. Alguns editores que leram O
Sincronicídio não gostaram desse tratamento, queriam de todo jeito que eu
escondesse a revelação e a guardasse para o final. Queriam uma obra de
mistério, enquanto eu quis mesmo foi escrever um suspense... pois então, ler A Judgemente in Stone me trouxe grande
satisfação moral e artística, pois confirmei que a técnica funciona (ao menos
nas mãos de uma mestre como Ruth Rendell, se eu soube ou não fazer o mesmo é
outra história...).
E de quebra trouxe uma reflexão: talvez
o mistério seja mesmo mais divertido de se ler, mas ao mesmo tempo é mais
descartável, pois todo o interesse da obra reside justamente na revelação do
tal segredo... e acho que enfim descobri porque esqueci a história de quase
todos os livros de Agatha Christie que li, enquanto tenho a certeza de que não
vou esquecer tão facilmente esse incrível romance de Ruth Rendell.
Mas os atrativos dessa obra não param
por aí. Senti ao longo da leitura uma curiosa semelhança com o livro A Canção do Carrasco de Norman Mailer.
Digo curiosa porque as duas histórias tem pouquíssimo em comum.... mas quase no
fim da leitura descobri o porquê (olha o mistério aí rarara): o livro do Mailer
é sobre uma história real, e foi exatamente essa a poderosa impressão causada
por Ruth Rendell, a de que estava contando uma história baseada em fatos reais,
tamanha a força de seus personagens. Dizer que esse livro é muito bom é muito
pouco!
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ResponderExcluirAproveito para convidá-la a participar do Primeiro sorteio do blog! Que tal?
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