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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

MAYA – Jostein Gaarder


Um paleontólogo em crise diante da impermanência da vida protagoniza esse romance bem diferente, que explora as diferentes acepções da palavra “Maya”. Do mundo ilusório descrito pelos hindus às profecias maias, passando pelo famoso quadro “Maja Desnuda” de Goya, tudo faz parte do caldeirão onde Gaarder cozinha seu prato audacioso e original.

Por isso, antes de mais nada, muitas palmas para o autor! Por não ter se acomodado ao sucesso de “O Mundo de Sofia” e continuar ousando criar algo diferente. Muitos autores há que escrevem o mesmo livro ano após ano, seguindo cuidadosamente a receita dourada que foi aprovada pelos leitores. Felizmente esse não parece ser o caso de Jostein Gaarder!

O livro é uma curiosa mistura de carta, romance e manifesto, no clássico esquema do “livro moldura”, que apresenta ao leitor um livro dentro do outro. Gostei muito de algumas passagens e das ideias expostas no livro. O tema central, me pareceu, é a grande mudança de paradigma que estamos transitando, do velho materialismo mecanicista para o que poderíamos chamar de idealismo quântico. Penso que trata-se de uma leitura benéfica para o mundo, pela feliz abordagem desse complexo tema. Sincronicidade ter lido esse livro junto com “Ilusões” do Richard Bach, que também afirma algo assim: a humanidade está caminhando da matéria para o espírito. Viva viva viva!

É de se perguntar qual teriam sido as intenções iniciais do autor com essa obra, e até que ponto elas foram alcançadas. Tive a impressão de que alguma coisa não encaixou como devia, sobretudo da metade para o fim, quando as reviravoltas amenas e repetições de algumas ideias fazem o livro perder um pouco o pique. Nada que tenha tirado o prazer da leitura.

“Indaguei-me até que ponto as ciências naturais tiveram como programa o poder de explicar tudo. Tal projeto trazia implícito o perigo de que você ficasse completamente cego para tudo aquilo que não se pode explicar.”

“Precisa-se de bilhões de anos para criar um ser humano. E ele só precisa de alguns segundos para morrer.”



 
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ANUNNAKI – Mensageiros do Vento



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