Ótimo
livro, muito instrutivo e instigante! Traz todo um contexto histórico para o
nascimento da Capoeira no Brasil, mas também muito de sua filosofia e de sua
essência essencialmente espiritual, como um movimento coletivo de libertação. E
também sugere agudos questionamentos sobre as repetidas tentativas de
transformar a Capoeira em um processo integrado ao Sistema, negando sua origem
marginal e revolucionária.
Ou
seja, este pequeno grande livro é muito apropriado ao papel que lhe cabe, de
apresentar a Capoeira aos interessados, na célebre Coleção Primeiros Passos da
editora Brasiliense, com as informações mais básicas expostas de forma didática
e atraente. Mas o livro também se permite propor voos mais altos e mergulhos
mais profundos, sabedor de que o caminho da Capoeira tem início, mas não tem
fim...
Algumas
informações apresentadas no livro me impressionaram muito, como a história de
que os capoeiras no tempo logo após a abolição da escravatura costumavam
utilizar uma sinistríssima arma, em adição às suas já letais habilidades: uma
faca feita com o osso da canela de um defunto, fácil de afiar e capaz de
provocar um corte de difícil cicatrização, que geralmente causava sérias
infecções na vítima...
Como
bem disse Mestre Bimba, Capoeira é maldade. Mas também é tudo o que a boca
come, como bem disse Mestre Pastinha... Conciliar esses dois conceitos,
aparentemente contraditórios, é o grande desafio!
Encontrei
um interessante registro em vídeo sobre o autor do livro, Mestre Almir das
Areias:
Viva
a Capoeira!
\\\***///
MANIFESTO – Mensageiros
do Vento
Um
experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é
apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre
as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da
consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse
livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice
Lispector, Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são
grandes influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma
caixa fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da caixa,
testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por uma banda
de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do Vento,
disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590
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