domingo, 8 de outubro de 2017

O CARTEIRO E O POETA – Antonio Skármeta


Por uma dessas estranhas inibições, até hoje não vi o filme inspirado nesse livro, que emocionou tanta gente. É que, por isso mesmo, foi tanta gente me dizendo que eu precisava ver o filme, que por algum secreto mecanismo de reação contrária fui sempre deixando para depois, e acabei deixando para lá.

Ao ser presenteado com não apenas um, mas dois exemplares do célebre livro de Antonio Skármeta (que antes do filme era intitulado “Ardente Paciência”, a partir de um verso de Rimbaud), percebi a Sincronicidade sinalizando que era hora de lê-lo.

A história do carteiro Mário Jimenez é contada de forma singela e tocante, combinando muito bem lirismo e humor. Em uma página você pode estar enxugando uma lágrima de emoção, e na página seguinte pode estar soltando uma gostosa gargalhada. Em seus melhores momentos, a prosa evoca um pouco a de García Márquez em seus melhores momentos – o que não é pouca coisa!!!

Como pano de fundo, trechos biográficos do grande poeta chileno Pablo Neruda e também um pouco da história do Chile durante a transição do governo de Salvador Allende para a ditadura de Augusto Pinochet conferem profundidade e peso dramático à narrativa.


Mas o mérito maior de “O Carteiro e o Poeta” é abrir, com a chave encantada da metáfora, um portal para o reino mágico da Poesia. Não tem como não se sentir ao menos um pouco poeta ao ler esse livro. Afinal, como disse o Poeta, só é possível ler poesia tornando-se poeta. E enxergar o mundo com olhos de Poesia é uma das curas mais lindas para boa parte dos sinistros problemas que tanto nos afligem nos dias de hoje. Viva a Poesia!


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MANIFESTO – Mensageiros do Vento

Um experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice Lispector, Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são grandes influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma caixa fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da caixa, testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por uma banda de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do Vento, disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590

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