sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O PROFETA – Gibran Khalil Gibran


Quando li este livro pela segunda vez, comparei a leitura a ouvir um maravilhoso disco de música que dá vontade de ouvir novamente desde o começo assim que acaba, e outra vez e outra vez...

Talvez por essa analogia, quando “O Profeta” surgiu novamente para mim, senti imediatamente o desejo de transformar a experiência da leitura em uma música. Enquanto estava mergulhado no livro, percebi que esse foi um artifício muito útil para me fazer aprofundar a leitura, relendo várias vezes cada trecho, buscando transformar essa passagem ou aquela em versos rimados. Só por isso já valeu a ideia!

Mas o melhor é que a música acabou saindo! Não ficou como eu havia imaginado a princípio, uma transposição literal da essência do livro para uma letra de música, mas acabou se transformando em algo que achei até mais interessante: uma música sobre a minha experiência de leitura e interpretação íntima e pessoal de “O Profeta”.

Eis a letra, que foi lindamente musicada por meu amado irmão e parceiro de todas as horas, Fabrício Barretto:

O PROFETA

Quem é que pode se despedir sem tristeza
De sua própria amargura e solidão?
Quem é que pode se encantar com a beleza
Que já não esteja segura em seu coração?
Quem é que pode se jogar na incerteza
Sem perder a ternura?
Quem é que pode?
Quem é que pode?

Assim falou o Profeta
Assim falou o Profeta
Assim falou

Quem é que sabe ser uma flauta serena
Onde o murmúrio da vida entoe a sua canção?
Quem é que sabe ser uma gota pequena
No grande mar protegida de sua extinção?
Quem é que sabe ter um papel nesta cena
E outro logo em seguida?
Quem é que sabe?
Quem é que sabe?

Assim falou o Profeta
Assim falou o Profeta
Assim falou

Quem é que chega, despindo o próprio ego,
A uma nudez tão completa que é revelação?
Quem é que chega, com um total desapego,
A ser o arco e a seta de seu próprio não?
Quem é que chega em uma terra de cego
A se tornar um profeta?
Quem é que chega?
Quem é que chega?

Assim falou o Profeta
Assim falou o Profeta
Assim falou





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MANIFESTO – Mensageiros do Vento

Um experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice Lispector, Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são grandes influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma caixa fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da caixa, testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por uma banda de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do Vento, disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590


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