Eurípedes
(480 a.C. – 406 a.C.) é considerado um dos três grandes poetas trágicos da
Grécia clássica, junto com Sófocles e Ésquilo. Uma de suas maiores
contribuições para a dramaturgia universal foi a introdução do recurso do “deus
ex machina”, expressão que indica uma solução inesperada, mirabolante e
improvável para algum conflito da trama.
Atualmente
o “deus ex machina” é considerado má ficção, mas é muito interessante travar
contato com as primeiras histórias em que esse estratagema foi utilizado. “Alceste”
é um bom exemplo desse uso, com a trama se encerrando de tal forma que ao
leitor moderno só resta ficar um tempo de boca aberta, para então exclamar algo
como: “Quê??? Como assim???”
Existe
também uma estranheza psicológica que acaba sendo muito saborosa em uma leitura
atual. Pois entre nós e os antigos gregos existem verdadeiros abismos difíceis
de superar, algo que Nietzsche definiu muito bem ao dizer que a Grécia antiga
era um mundo que mal podemos imaginar, “com espanto e horror”. Um exemplo dessa
estranheza ocorre também em “Alceste”, que é a epítome da esposa dedicada e que
aceita morrer no lugar de seu marido Admeto. Durante os funerais de Alceste, não
é que Admeto tem uma briga feia com o pai, reclamando que o velho não se
ofereceu para morrer no lugar dele, e que por isso foi culpa do pai Alceste
morrer!
A
tragédia de Electra é uma das mais famosas, por conta do “Complexo de Electra”
freudiano. Só que a história não se presta tão bem à interpretação
psicanalítica quanto a de Édipo. Afinal, Electra só quer matar a mãe por que
esta se uniu ao amante para matar o marido!
“Hipólito”
foi a minha favorita dessas três, por ser a que segue mais fielmente a
estrutura da tragédia de Sófocles (meu autor trágico favorito). Nas outras duas
é notável o esforço de finalizar a história de forma agradável ou amena. Não li
ninguém falando sobre isso, mas talvez Eurípedes tenha se tornado o mais
popular dentre os trágicos por ter meio que inventado o final feliz (junto com
o “deus ex machina”).
Se
você nunca leu uma tragédia grega, sugiro “Édipo Rei” de Sófocles, uma das
melhores tramas que li na vida! Tanto que Aristóteles a louva em sua “Poética”
como exemplo mais que perfeito do uso combinado de “reviravolta” e “reconhecimento”
(dois outros recursos dramáticos muito comuns nas tragédias gregas e que
continuam sendo utilizados até hoje).
E
viva Melpômene, musa inspiradora da tragédia, a quem meu coração de poeta
sempre rendeu os maiores tributos!
\\\***///
O SINCRONICÍDIO –
Fabio Shiva
“E foi assim que descobri que a inocência é
como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá
um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a
cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia
reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do
Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia
de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos
centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense,
erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo.
Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo
(clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das
Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia
e descubra porque O Sincronicídio
não para de surpreender o leitor.
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
eBook:
https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1
Parece bem interessante esta leitura/livro!!~
ResponderExcluirÉs o meu porto seguro...
Beijos e um excelente dia
Gratidão, querida!
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