Ler
este livro me fez refletir sobre como tudo na vida é relativo e que tudo
depende da referência. Um corpo pode ser considerado parado ou em movimento ao
ser comparado a outro cuja velocidade seja a mesma ou diferente da sua.
Consideramos algo bom ou ruim sempre em comparação com alguma referência
anterior do que seja “bom” ou “ruim”. E também somos muito influenciados em
nossos julgamentos pela expectativa que criamos a respeito de cada pequena
coisa submetida aos nossos sentidos.
Há
alguns anos li “BR 163” do Tony Bellotto e fiquei embasbacado com a qualidade
do livro. Confira na resenha:
Gostei
tanto que tempos depois li novamente, o que me fez apreciar ainda mais a prosa
de Bellotto:
É
claro que fiquei com muita vontade de ler os livros com o detetive Bellini, que
já renderam inclusive duas adaptações para o cinema (https://youtu.be/7uVLzz0wkAk).
Pois
então. Graças ao P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante), esse “Bellini e o Labirinto”,
o quarto (e até o momento o último) livro da série, veio parar em minhas
felizes mãos. Nem preciso dizer que a leitura foi cercada de grandes
expectativas. Se não foi uma completa decepção, contudo, a leitura trouxe um
sentimento de insatisfação, de incompletude. Tudo por culpa da comparação com o
genial “BR 163”!
Aqui
a narrativa é ágil, estruturada em capítulos curtos, que fazem a história fluir
com um bom ritmo. Mas não se compara com a batida frenética de “BR 163”, cuja
narrativa chega a ser asfixiante de tão seca!
Creio
que não gostei sobretudo do personagem Bellini ou, melhor dizendo, da visão de
mundo que é passada através dos olhos de Bellini. Não gostei nada mesmo dos laivos
de racismo disfarçado de “humor” e “ironia”. A narrativa de Tony Bellotto tem
méritos de sobra para prescindir desses recursos.
Mas
novamente tenho a sensação de que a leitura de “Bellini e o Labirinto” foi
muito prejudicada pela expectativa gerada por “BR 163”. Na obra escrita em
2001, captei a visão de um escritor maduro, capaz de nuances de sensibilidade
em meio às amarguras e brutalidades da vida. Já nessa obra mais recente, de
2014, a impressão que tive foi a de um espírito ainda adolescente, embora certamente
talentoso, ainda imaturamente apegado a certos valores e preconceitos da “turma”.
Mesmo
não gostando tanto, certamente me diverti e, o mais importante, aprendi muito
com essa leitura.
E
viva a Literatura Brasileira!
\\\***///
O SINCRONICÍDIO –
Fabio Shiva
“E foi assim que descobri que a inocência é
como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá
um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a
cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia
reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do
Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia
de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos
centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense,
erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo.
Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo
(clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das
Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia
e descubra porque O Sincronicídio
não para de surpreender o leitor.
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
eBook:
https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1
Gostei muito da postagem! Parabéns:)
ResponderExcluirBeijo
Bom fim de semana!
Gratidão, querida!
Excluirbeijos e bom fim de semana!