Quando
esse livro apareceu no P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante), decidi que era uma
boa oportunidade de fazer mais uma incursão nos Best-Sellers contemporâneos.
A
primeira surpresa foi descobrir que o texto é direcionado para o público
adolescente, o que é feito com muita habilidade. Achei particularmente
interessante a maneira de o autor retratar os poucos personagens adultos: ou
são chatos e não entendem nada (como os pais de Margo), ou são legais, mas não
entendem nada (como os pais de Quentin), ou são obcecados por coisas sem
sentido, ou seja, não entendem nada (como os pais de Radar), ou são
melancólicos para cacete (como o policial que investiga o desaparecimento de
Margo), quer dizer, não entendem mesmo nada. Um belo resumo da visão
adolescente do mundo dos adultos.
É
certo que John Green escreve de forma atraente, pois consegue fazer fluir a
leitura com interesse em uma história onde pouco acontece, além do início
instigante. Há a sugestão de que temas emocionais profundos estão sendo
abordados, por conta de citações de Walt Whitman e Sylvia Plath.
O
grande ganho que essa leitura representou para mim foi a possibilidade de
refletir mais a fundo sobre uma questão que por sincronicidade me ocorreu há
pouco tempo: até que ponto a adolescência é um fenômeno intrínseco à
experiência humana e até que ponto é uma construção cultural?
Uma
boa chave para interpretar a chamada “crise da adolescência” é perceber que nas
sociedades ditas primitivas ela simplesmente não existe. O que existe são os “ritos
de passagem” que configuram de forma bem definida o papel social do indivíduo,
assinalando passo a passo sua transformação de criança em adulto.
Já
em nossa sociedade, essa crise atinge principalmente a classe média. Os muito pobres
não têm direito sequer à infância, que dirá à adolescência. Quanto aos muito
ricos, desconfio que vivenciem de forma diferente essa transição dos sonhos da
infância para as realidades da vida adulta.
Meu
palpite é que a crise da adolescência é marcada pela percepção de que o nosso
mundo moderno é fundamentalmente insano e desprovido de sentido. O adolescente
não é apenas um "rebelde sem causa”, pois na ausência de “causas” é que
justamente reside o motivo de sua rebeldia: uma causa para viver, um sentido
para a existência, algo mais que uma mera vida de papel em uma cidade de papel.
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Imagine um jogo que
ensina as crianças a rimar e fazer Poesia!
Disponível
gratuitamente no link abaixo:
O jogo POESIA
DE BOTÃO faz parte do projeto selecionado pelo Edital Arte Todo Dia – Ano
IV, da Fundação Gregório de Mattos (Prefeitura de Salvador), com apoio de
Athelier PHNX, Verlidelas Editora, Caligo Editora, Suporte Informática e AG1. O
propósito do jogo é convidar as crianças a vivenciar o universo da Poesia de
forma lúdica e atrativa, como uma “brincadeira de montar versos”. POESIA DE BOTÃO é especialmente
indicado para crianças já alfabetizadas, mas nada impede que adultos possam
brincar também e se beneficiar com o jogo.
Muito bom. Adorei!!
ResponderExcluirSentimentos. O olhar vazio de saudade. [Poetizando e Encantando]
Beijos e uma excelente noite