Li
recentemente uma interessante citação a Joseph Conrad, que teria dito: “Como
posso convencer a minha mulher de que, enquanto olho pela janela, estou a
trabalhar?” (vide o artigo: https://esquerdaonline.com.br/2020/04/11/a-pandemia-e-o-incontido-desejo-do-tudo-pronto/).
É
mesmo muito intrigante esse doce e penoso ofício de escritor, esse ser que
passa tanto tempo dentro da própria cabeça. Que misteriosa vocação! Eu, que
trilho essa senda com devotada gratidão, não me arrisco a querer definir o que
é que move alguém a contar histórias. Só sei que escrever é tão necessário para
mim quanto o ar que respiro, e acho que a maioria dos escritores sente algo
parecido.
Como
o próprio Joseph Conrad, que aos 38 anos abandonou a carreira de marinheiro
(chegou ao posto de capitão da marinha mercante inglesa) para se dedicar
exclusivamente à escrita. E seguiu firme em sua vocação literária durante os
quinze anos seguintes, até finalmente obter sucesso e reconhecimento público.
Não é um capricho qualquer que leva alguém a seguir caminhos como esse.
“Vocação”
é a palavra. Algo que certamente não falta a Joseph Conrad, que embora tenha
nascido na Ucrânia, filho de pais poloneses, é hoje considerado um dos
principais autores de língua inglesa. Tenho loucura para ler “O Coração das Trevas”,
seu livro mais famoso, que chegou a inspirar o filme “Apocalipse Now” de
Coppola. Enquanto esse dia não chega, pude me entreter e aprender imensamente
com “Juventude”, concisa e magistralmente escrita narrativa das peripécias do
malfadado navio Judea, que tinha
gravado na popa a divisa “Fazer ou Morrer” (provavelmente “Do or Die” no
original, bem mais sonoro e expressivo). Segue um trecho para degustação:
“Não sabia
até então que eu era o que se pode chamar de um homem! Lembro os rostos
cansados, as figuras abatidas dos meus dois homens, lembro da minha juventude e
de um sentimento que nunca mais haverá de voltar – o sentimento de que eu podia
durar para sempre, mais do que o mar, do que a terra, do que todos os homens; o
ilusório sentimento que nos atrai para alegrias, para perigos, para o amor,
para o vão esforço – para a morte; a triunfante convicção de força, o calor da
vida numa mão cheia de pó, a chama do coração que todo ano diminui, esfria,
arrefece e expira – expira muito depressa, depressa demais, antes da própria
vida.”
Só
ao fazer essa resenha foi que tive a percepção de que muito provavelmente “Juventude”
teve influência em “O Velho e o Mar” de Ernest Hemingway. Os livros conversam
entre si.
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FAVELA
GÓTICA liberado na íntegra no site da Verlidelas Editora:
Durante
esse período de pandemia, em meio a tantas incertezas, temos uma única
garantia: a de que nada será como antes. Estamos todos tendo a oportunidade
preciosa de participar ativamente na reconstrução de um mundo novo, mais
luminoso e solidário.
O
livro Favela Gótica fala justamente sobre “a monstruosidade essencial do
cotidiano”, em uma história cheia de suspense, fantasia e aventura. Ao nos
tornamos mais conscientes das sombras que existem em nossa sociedade, seremos
mais capazes, assim como a protagonista Liana, de trilhar um caminho coletivo
das Trevas para a Luz.
A
versão física de Favela Gótica está à venda no site da Verlidelas, mas – na
tentativa de proporcionar entretenimento a todos durante a quarentena – o autor
e a editora estão disponibilizando gratuitamente, inclusive para download, o
PDF de todo o livro.
Fique
à vontade para repassar o arquivo para amigos e parentes.
Leia
ou baixe todo o livro no link abaixo:
Link
do livro no SKOOB:
Book
trailer
Entrevista sobre o livro na
FM Cultura
Uma postagem muito bom!!
ResponderExcluir-
Ventos forasteiros ...
Beijos e uma excelente noite!
Gratidão!
ExcluirBeijos!