Esse foi um dos
primeiros livros de Agatha Christie que li, ainda aos 11 anos de idade. Sei
disso porque, coisa curiosa, tenho a lembrança da casa onde eu morava ao ler o
livro, e da qual me mudei antes de completar 12 anos. Contudo a respeito da
história em si eu não guardava a menor recordação, além de um inexplicável
papagaio que ficava berrando na cena do crime. Qual não foi a minha surpresa ao
descobrir agora, ao finalmente reler “Os Relógios”, que o tal papagaio era na
verdade o cuco... de um relógio! Coisa estranha é a memória da gente...
Nessa segunda leitura, achei a trama razoavelmente divertida, embora esteja bem distante dos maiores êxitos da autora. Talvez para acrescentar algum tempero ao enredo um pouco insosso, Agatha inseriu alguns elementos de espionagem em sua história de assassinato. Eu, que amo tanto os romances policiais de Agatha Christie ao ponto de ter lido a maioria duas ou três vezes, confesso que não gosto nem um pouco de suas histórias de espionagem, que considero por demais ingênuas e inverossímeis. Sempre me intrigou muito o fato de uma mente tão ardilosa e maquiavélica para conceber mistérios de assassinato chegar a ser simplória ao elaborar suas tramas de espionagem. Por sorte, em “Os Relógios” a espionagem é apenas coadjuvante.
Achei especialmente interessante encontrarmos aqui um Poirot já bem velhinho e quase inválido, empenhado na leitura dos principais autores de histórias policiais. Isso rendeu um inesperado comentário de Poirot a respeito de Sherlock Holmes e de seu criador, Arthur Conan Doyle:
“– As aventuras de Sherlock Holmes – murmurou, com afeto. E então pronunciou só uma palavra, com reverência: – Maître!
– Sherlock Holmes? – perguntei.
– Ah, non, non, nada de Sherlock Holmes! É o autor, Sir Arthur Conan Doyle, a quem eu
reverencio. As histórias de Sherlock Holmes são, na verdade, espichadas, cheias
de tolices e muito artificiais. Mas a arte de escrever, ah, isso é outra coisa.
O prazer da língua e, acima de tudo, a criação desse tipo formidável, que é o
Dr. Watson. Ah, isso sim é que é triunfo.”
Pincei ainda essas duas tiradas, que achei bem legais:
“Não há nada mais insípido do que a pornografia explícita.”
“As pessoas rígidas sempre cedem ante a lisonja.”
E viva Agatha Christie!
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FAVELA
GÓTICA liberado na íntegra no site da Verlidelas Editora:
https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica
Durante
esse período de pandemia, em meio a tantas incertezas, temos uma única
garantia: a de que nada será como antes. Estamos todos tendo a oportunidade
preciosa de participar ativamente na reconstrução de um mundo novo, mais
luminoso e solidário.
O
livro Favela Gótica fala justamente sobre “a monstruosidade essencial do
cotidiano”, em uma história cheia de suspense, fantasia e aventura. Ao nos
tornamos mais conscientes das sombras que existem em nossa sociedade, seremos
mais capazes, assim como a protagonista Liana, de trilhar um caminho coletivo
das Trevas para a Luz.
A
versão física de Favela Gótica está à venda no site da Verlidelas, mas – na
tentativa de proporcionar entretenimento a todos durante a quarentena – o autor
e a editora estão disponibilizando gratuitamente, inclusive para download, o
PDF de todo o livro.
Fique
à vontade para repassar o arquivo para amigos e parentes.
Leia
ou baixe todo o livro no link abaixo:
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Book
trailer
Entrevista sobre o livro na
FM Cultura
Gostei muito da publicação!! :)
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Dedico meu brinde, ao verbo amar.
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Beijo e um excelente fim de semana
Gratidão, querida!
ExcluirBjs