Esse episódio
confirma a vocação visionária da saga de ficção científica Perry Rhodan ao nos
apresentar à ideia da criação de uma força-tarefa formada por mutantes,
nascidos após a explosão nuclear de Hiroshima: telepatas, telecinetas,
teleportadores e outros de poderes ainda mais incríveis como o da
teletemporação, que é a capacidade de viajar no tempo. Como a série começou a ser
publicada em 1961, esse sexto episódio saiu o mais tardar em 1962, ao menos um
antes que Stan Lee e Jack Kirby impactassem o imaginário coletivo com os seus
Fabulosos X-Men. Como Perry Rhodan foi lançado originalmente na Alemanha e só
depois no resto do mundo, o mais provável é que Lee e Kirby não tivessem
conhecimento da série de FC quando criaram seus heróis da HQ, o que não diminui
o mérito de K. H. Scheer e companhia ao captar primeiro e de forma tão criativa
o medo das mutações causadas pela radiação que impregnava o zeitgeist pós-Segunda Guerra.
Dois momentos dessa história me chamaram especialmente a atenção. O primeiro é a ironia narrativa de uma invasão espacial e seu impacto na bolsa de valores:
“O susto, que sacudiu os homens da Bolsa até a medula dos ossos assim que leram a notícia da invasão, não se ligava ao seu bem-estar pessoal, mas única e exclusivamente ao seu dinheiro.”
O segundo é uma cena que ocorre dentro de um avião, quando um dos mutantes de Perry Rhodan pergunta aos passageiros quais deles estão armados, e mais de uma dúzia de braços se ergue em resposta. Lembrando que a história se passa no “futuro” de 1971, quando o porte de armas de fogo dentro de aviões não só era permitido como considerado normal. Após uma série de incidentes trágicos e um pouco de raciocínio, passou a ser proibido levar armas em voos comerciais. O motivo é bastante óbvio, se dedicamos ao assunto um mínimo de reflexão: basta um maluco armado para colocar em risco a vida de todos no avião. Se alguém quiser argumentar que o melhor seria permitir que todos no voo pudessem se armar, a fim de enfrentar a possibilidade de um maluco armado, pedirei que reflita um pouco mais para que (espero que ao menos nesse exemplo de um avião fechado) perceba que ninguém fica mais seguro ao multiplicar o número de malucos armados...
Quem poderia imaginar que na trágica realidade além da mais incrível ficção científica, na Brasilândia de 2021, cada maluco poderia ter até seis armas cada? Se alguém consegue se sentir mais seguro imaginando esse cenário, só posso crer que esteja consumindo alguma pesada droga alucinógena ainda não revelada pela ciência...
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FAVELA
GÓTICA liberado na íntegra no site da Verlidelas Editora:
https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica
Durante
esse período de pandemia, em meio a tantas incertezas, temos uma única
garantia: a de que nada será como antes. Estamos todos tendo a oportunidade
preciosa de participar ativamente na reconstrução de um mundo novo, mais
luminoso e solidário.
O
livro Favela Gótica fala justamente sobre “a monstruosidade essencial do
cotidiano”, em uma história cheia de suspense, fantasia e aventura. Ao nos
tornamos mais conscientes das sombras que existem em nossa sociedade, seremos
mais capazes, assim como a protagonista Liana, de trilhar um caminho coletivo
das Trevas para a Luz.
A
versão física de Favela Gótica está à venda no site da Verlidelas, mas – na
tentativa de proporcionar entretenimento a todos durante a quarentena – o autor
e a editora estão disponibilizando gratuitamente, inclusive para download, o
PDF de todo o livro.
Fique
à vontade para repassar o arquivo para amigos e parentes.
Leia
ou baixe todo o livro no link abaixo:
https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica
Link do livro no SKOOB:
https://www.skoob.com.br/livro/840734ED845858
Book
trailer
https://youtu.be/FjoydccxJGA
Entrevista sobre o livro na
FM Cultura
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