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quarta-feira, 5 de abril de 2023

VERDE É A COR DA ESPERANÇA DE QUE A HUMANIDADE NÃO DESTRUA O FUTURO


 

Resenha do livro “MANIFESTO VERDE”, de Ignácio de Loyola Brandão

Escrito como uma espécie de carta aos filhos do autor, “Manifesto Verde” foi publicado pela primeira vez em 1985 e, em 1998, foi reescrito e ampliado. De lá para cá imagino que o livro poderia ter sido engrossado até o tamanho de umas cinco bíblias, se Ignácio de Loyola Brandão tivesse o ânimo e o estômago para isso.

Pois o que salta aos olhos e a todos os sentidos é como a questão ambiental vem se tornando cada vez mais urgente e, o que é pior, irreversível. No espetáculo “This Is It”, que Michael Jackson preparava, mas não chegou a apresentar por conta de seu desencarne em 2009, o rei do pop afirmava que só tínhamos 4 anos para reverter a crise ambiental. Ou seja, de acordo com essa conta já estamos hoje dez anos depois do ponto sem retorno. Em uma estimativa mais “otimista”, um relatório da ONU publicado no ano passado nos dá até 2025 para reduzir as emissões de CO2 e impedir efeitos irreversíveis do aquecimento global. Pouco menos de dois anos. O que dá para fazer nesse tempo? Um cidadão de alto poder aquisitivo pode trocar de carro pelo menos duas vezes, um cidadão de classe média pode encher o tanque de seu carro usado muitas vezes e um cidadão proletário pode andar de ônibus incontáveis vezes...


Pois o outro lado dessa história me veio em uma sincronicidade, quando liguei a tevê no Canal Curta! (meu favorito) bem no trecho de um documentário que acusava a Exxon Mobil de pagar dez mil dólares por artigo científico que minimizasse os efeitos do aquecimento global. E o documentário seguia mostrando um cientista que era a menina dos olhos da Exxon Mobil, pois foi a tudo quanto foi programa de entrevistas nos Estados Unidos para dizer que a Terra não estava se aquecendo, mas resfriando (eu mesmo tive que aturar um tio bolsonarista reproduzindo parte desses supostos argumentos científicos, e isso antes que ele e eu soubéssemos que ele era bolsonarista).

Ver esse documentário deixou muito explícito e evidente o quanto é fajuta e inútil a tentativa de “conscientizar” as pessoas a respeito da ecologia, por mais bem intencionada que seja. Quem decide os rumos da indústria é a mesma minoria que lucra com a destruição do mundo. Salvo intervenção alienígena ou uma nova vinda de Jesus, eu pessoalmente não alimento muitas esperanças de que essas pessoas irão mudar o seu modo de agir, só porque estão destruindo toda possibilidade de sobrevivência humana no planeta (com a exceção do plano de salvaguarda para uns poucos eleitos, que certamente eles devem ter na manga... se vai dar certo ou não, é outra história).


Agora percebo que o tom pessimista de minha resenha não faz jus ao “Manifesto Verde” de Ignácio Loyola Brandão, e que li como uma contraparte luminosa de seu terrível “Não Verás País Nenhum” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2018/09/nao-veras-pais-nenhum-ignacio-de-loyola.html). O texto é leve, mesmo tratando de um tema tão sofrido, no que é ajudado pela exuberante e arejada diagramação. Parabéns e gratidão por esse lindo livro! Faço votos de que futuros descendentes do autor possam lê-lo.

 


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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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