Resenha do livro “O
PRÍNCIPE e outras fábulas modernas”, de Rabindranath Tagore
Notei esse livro quando estávamos iniciando a gravação do episódio semanal do “Gene-Papo”, o podcast da Casa Verde Itapuã (https://youtu.be/D1EyotxaNc4). O livro estava a uma pequena distância, em uma prateleira bem defronte a mim. A princípio imaginei que se tratava do livro homônimo de Maquiavel (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2012/03/maquiavel-colecao-os-pensadores.html) e estranhei a capa com a ilustração oriental. Quando fui examinar mais de perto e descobri que era um livro de contos de Tagore, perdi o sossego. Só aquietei quando o querido Amadeu Alves, nosso anfitrião da Casa Verde Itapuã, concordou em me emprestar o livro, mediante minha enfática promessa: “Daqui a uma semana devolvo!”
Sou um leitor
apaixonado e até compulsivo, mas de modo geral não costumo ser tão fominha. É
que não é todo dia que se tem a oportunidade de ler uma obra de Tagore, ainda
mais esse “O Príncipe”, que eu nem conhecia. Já li duas vezes “Çaturanga” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2012/04/caturanga-rabindranath-tagore.html),
livro verdadeiramente lindo e inspirador, que me fez querer saber mais e mais
sobre Rabindranath Tagore, excepcional poeta laureado com o Prêmio Nobel de
Literatura em 1913. Foi Tagore que conferiu a Gandhi o epíteto de “Mahatma”
(grande alma), com o qual ele se tornou célebre em todo o mundo. Outra passagem
especialmente marcante de sua vida foi o encontro com Paramahansa Yogananda,
narrado na “Autobiografia de um Iogue” (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2022/07/ler-yogananda-e-saber-que-nao-ha-amor.html).
É de autoria de Tagore, aliás, a versão original de um dos mais belos Cânticos
Cósmicos de Yogananda, “Quem está em meu templo?” (https://youtu.be/Eu8XCXVD9rM):
“Quem está em meu
templo?
Quem está em meu
templo?
Suas portas estão
se abrindo,
Suas luzes se
acendendo.
Como ave escura,
as trevas voam pra longe,
Voam pra longe.”
Disse isso tudo
para dar conta de meu deleite em mergulhar nessas fábulas modernas de Tagore.
Ele é um Poeta de tal magnitude que efetivamente cumpre a notável profecia do
também lindão Paulo Leminski:
“moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia
vai vir o dia
quando tudo que eu
diga
seja poesia”
Tudo o que Tagore escreve é Poesia, mesmo que esteja condicionado na estrutura formal da prosa. Seus textos me impactam e emocionam como os poemas poderosos que são: ora fico comovido até as lágrimas, ora dou altas risadas, ora fico muito intrigado, ora não entendo nada. Os contos de Tagore, tal como elevada Poesia, não têm nenhum tipo de compromisso com o leitor, mas apenas com a vocação da voz interna que precisa ser expressada no mundo.
Outra coisa que me impressiona muitíssimo em Tagore é a sua espiritualidade fácil e simples, de quem está mais que familiarizado e não vê dificuldade alguma no Mistério. Ler Tagore sempre me dá a impressão de que ele sabe de muitas coisas que eu não sei, mas que gostaria imensamente de descobrir.
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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor
de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI -
Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).
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Maravilha! Agradecida pelo texto
ResponderExcluirGratidão!
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