Resenha do livro “AUTOBIOGRAPHY OF A YOGI” de
Paramahansa Yogananda
“Autobiografia de um Iogue” é certamente o livro mais importante que já li. Não só por ser o livro que me trouxe mais ensinamentos preciosos e o que mais propiciou mudanças positivas em minha vida, como também por ser, como venho descobrindo a cada nova releitura, um dos livros mais bem escritos que tive a oportunidade de ler.
Li a edição em português quatro vezes. Segue abaixo o link para a resenha da quarta leitura, que foi finalizada em março de 2019:
https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/03/autobiografia-de-um-iogue-paramahansa.html
Pois bem. Na segunda semana de agosto de 2021 tive a abençoada oportunidade de participar da Convocação Mundial Online da Self-Realization Fellowship (SRF), com meditações, kirtans e maravilhosas palestras inspirativas. Logo no primeiro dia, na palestra “Vivendo a Visão da Autobiografia de um Iogue” (https://youtu.be/U0-C7CQcHyU), Brother Jayananda, evidentemente um falante nativo da língua inglesa, me surpreendeu ao afirmar que aprendeu inglês lendo a Autobiografia de Yogananda. Ao final da semana, na palestra de encerramento (https://youtu.be/zWO_TCDqCZ4), Brother Chidananda leu um trecho da Autobiografia, referindo-se ao “inimitável estilo do Mestre”. Talvez por ter passado uma semana imerso no idioma inglês, pude acompanhar a leitura desse trecho com uma percepção mais apurada, que me fez perceber uma beleza e uma precisão impressionantes na prosa de Yogananda, algo ainda além do maravilhamento que pude captar durante as quatro leituras que fiz (até agora) da Autobiografia em português.
No dia seguinte ao término da Convocação, de volta ao mundo dos homens, estava eu caminhando na praia com minha amada Fabíola, e compartilhei o desejo que estava sentindo de ler a Autobiografia no original em inglês. E ainda disse para ela: “Uma vez que o Guru fez esse desejo nascer em meu coração, tenho certeza de que ele dará um jeito de realizar esse desejo.” Ao chegar em casa, tive a ideia de perguntar a alguns amigos se alguém teria o PDF da Autobiografia em inglês. E a primeira pessoa com quem falei foi meu amado Manoji Axel Guedes, um irmão divino que conheci em um dos momentos mais tormentosos de minha vida.
Pois bem, Axel demorou uns cinco minutos para responder. E a resposta foi: “Manoji, acabo de comprar um livro físico da Autobiografia em inglês, que chegará em sua casa dentro de tantos dias”. E esse dia abençoado foi 24 de agosto de 2021, data em que iniciei, com lágrimas de amor e gratidão nos olhos, a leitura de “Autobiography of a Yogi”. Jai Guru!
Levei dez meses e meio lendo esse livro, à proporção de duas ou três páginas a cada noite, após meditar e antes de dormir. Ao ler em inglês, realmente pude captar de forma mais direta a vivacidade e o brilho do estilo do Mestre, que transmite lindamente o encanto de sua personalidade, ao mesmo tempo em que expressa com clareza e poesia profundas percepções sobre a verdade da vida. Ao chamar Yogananda de Mestre, lembro de repetir a explicação dos monges da SRF para essa palavra: chamamos de Mestre alguém que é mestre de si mesmo, alguém que exerceu completo domínio sobre sua mente e seus sentidos e alcançou o elevado estado de consciência semelhante ao de Cristo, que podia dizer: “Eu e meu Pai somos um.”
A palavra “Guru”, que possui uma riquíssima tradição ancestral na Índia, é muitas vezes utilizada de forma imprecisa no Ocidente, referindo-se genericamente a qualquer professor sábio e querido. Contudo só pode ser considerado um Guru (palavra sânscrita cuja tradução literal é “aquele que dissipa as trevas”) aquele que, tendo atingido o patamar de nirvikalpa samadhi, se libertou de toda ilusão e unificou sua consciência com a Consciência Cósmica. A pessoa pode ter inúmeros instrutores e professores do decorrer de sua vida, mas apenas um único Guru.
Voltando à “Autobiografia de um Iogue”, em cada uma das leituras que fiz houve um elemento que se destacou. Nessa quinta leitura, a primeira no original em inglês, fiquei refletindo bastante sobre a profusão de “milagres” que são relatados no livro. Boa parte desses “milagres” tem o próprio Yogananda como protagonista, mas há também muitas referências a episódios célebres, como por exemplo o da estigmatizada católica Teresa Neumann, cujo emocionante encontro com Yogananda é descrito no livro. Coloquei a palavra “milagres” entre aspas para evocar a famosa citação de Albert Einstein:
“Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.”
Nessa releitura da autobiografia de Yogananda, refleti sobre o quanto é estranho que hoje, diante de tantas maravilhas da ciência sendo reveladas a cada dia, ainda cause tamanho desconforto nas mentes materialistas qualquer menção a fatos ou situações que evoquem a presença e a realidade do mundo espiritual. Só para citar um exemplo recente, o Telescópio Espacial James Webb acaba de divulgar impressionantes fotos do universo, mostrando incontáveis galáxias em evolução há 13 bilhões de anos. Não é preciso pronunciar a palavra “Deus” para sentir profunda reverência por uma realização dessas, e pela perspectiva que ela nos proporciona. Isso é espiritualidade.
Caminhar pela vida tendo a dádiva da constante referência dos ensinamentos de um Guru como Paramahansa Yogananda é realizar, no íntimo de seu ser, que tudo é milagre.
Encerro essa resenha compartilhando links para a linda canção de um discípulo direto de Yogananda, Dr. Lewis, “Master’s Love For Me” (https://youtu.be/yvZdDWiNY-k). A versão em português, “O Mestre se Aproxima” (https://youtu.be/RkobfctGZEg), encerra com esse verso que diz tudo:
“Não há amor igual ao que o Mestre tem por mim.”
Jai Guru!
\\\***///
FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).
Facebook: https://www.facebook.com/sincronicidio
Instagram: https://www.instagram.com/prosaepoesiadefabioshiva/
É com Amor que testemunho que fui impulsionado a ler Yogananda ao ler seu relato aqui, Fábio! A Luz da Alegria ilumina tudos/todos, sempre, o ontem e o amanhã, posyo que Agora é onde/quando Somos. Abraço de gratidão. Pedro Fernando, Rio de Janeiro.
ResponderExcluirQue alegria linda, querido Pedro! Jai Guru!
Excluir