ANDROIDES NÃO PODEM SONHAR COM HISTÓRIAS DE OSSO, CARNE E SANGUE

 

Resenha do livro “OUTROS ERAM APENAS OSSOS”, de Leonardo Triandopolis Vieira

Li com entusiasmo e assombro essa obra de Leonardo Triandopolis Vieira, que acendeu emoções felizes em meu peito. Para nós, que amamos a Literatura, é um deleite quando encontramos uma história assim, que nos instiga e desafia, fugindo dos estereótipos da fácil previsibilidade. Muito pelo contrário: da primeira à última página de “Outros Eram Apenas Ossos”, não há nada que seja previsível. O leitor é tomado pelo fluxo da narrativa como se estivesse sendo carregado pela correnteza de um rio de sonhos: chegará ao mar, talvez, mas por meio de que meandros e corredeiras, não se sabe...

Recorro à metáfora para expressar o inexprimível: “Outros Eram Apenas Ossos” é uma viagem ao desconhecido. Somos surpreendidos a cada instante, a começar pela arte gráfica do livro, com ilustrações feitas pelo próprio autor e que não estão ali apenas para enfeitar, tomando parte ativa na história que está sendo contada. O resultado é uma narrativa lírica, que mistura literatura fantástica e história em quadrinhos em um caldeirão de fervente realismo mágico... Só posso dizer que comigo a feitiçaria literária funcionou e que fiquei devidamente encantado!

Em determinado momento da leitura, tomei consciência de uma descoberta maravilhosa, que para mim foi como a resposta para uma prece. É que a narrativa de Leonardo Triandopolis Vieira tem uma consistência onírica, segue o ritmo dos sonhos, como se estivéssemos lendo algo que está sendo sonhado. E daí vem muito de sua imprevisibilidade. Não tenho dúvida de que essa qualidade onírica foi intencional, tanto que a história se passa em uma cidade chamada Sonho Etéreo.

Essa descoberta é maravilhosa na medida em que nos permite vislumbrar possíveis caminhos futuros para a Literatura, no momento em que nos defrontamos com o advento da Inteligência Artificial. Penso que hoje ao menos a IA não seria capaz de produzir um texto como o de “Outros Eram Apenas Ossos”: uma história orgânica como um animal vivo, impossível de ser capturada por alguma estrutura lógica racionalizante...

É sempre muito arriscado fazer previsões, sobretudo a respeito de algo tão complexo como a Inteligência Artificial. Mas posso falar de meus sentimentos e impressões a respeito. No campo da contação de histórias, não ficarei surpreso se em pouco tempo a IA estiver dominando a produção de roteiros cinematográficos e romances best-sellers para as massas. O bastião de resistência da humanidade poderá se dar na criação de histórias “demasiado humanas”, rescendendo a fluidos corporais a tal ponto que esse toque de analógica irracionalidade provoque um tilt na assepsia digital dos computadores.

“Outros Eram Apenas Ossos” pontua um esperançoso caminho: diante do alvorecer das máquinas, sejamos cada vez mais humanos.

  

 

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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DIÁRIO DE UM IMAGO: contos e causos de uma banda underground

A história da banda Imago Mortis, contada com muito humor por Fabio Shiva. Um lançamento da Editora Natesha.

SINOPSE:

Cinco amigos decidem montar uma banda de rock pesado em busca de fama, garotas e diversão. E acabam se metendo em aventuras bizarras e situações hilariantes, enquanto tentam fazer a música mais triste do mundo, capaz de fazer uma pessoa querer se matar. Em meio às céleres e profundas transformações de nossos tempos, a morte continua sendo a única certeza, que nos possibilita compreender melhor o grande mistério da vida. Do autor de “O Sincronicídio” e “Favela Gótica”, uma narrativa corajosa e surpreendente sobre a descoberta de si mesmo e o valor da amizade, inspirada na história real da banda Imago Mortis.

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