Resenha do livro “AS OUTRAS PESSOAS”, de C. J. Tudor
O plástico foi inventado em 1862, com o nome de parkesina. Mas foi só a partir de meados do século vinte, com a fabricação de diversos tipos de polímeros a partir do petróleo, é que o plástico passou a ser utilizado em larga escala em nossa sociedade. Não demorou para surgirem os primeiros alertas sobre o quanto essa nova substância poderia ser nociva para o meio ambiente. Pouco ou nada adiantaram os avisos: a humanidade continuou alegremente produzindo milhões de toneladas de plástico, em sua maioria transformados em lixo após um breve período de uso. Hoje um dos indícios alarmantes da poluição pelo plástico é a contaminação dos oceanos pelo chamado microplástico, que está presente inclusive na maioria dos peixes e frutos do mar consumidos pelas pessoas. Quais as consequências disso a médio e longo prazo? Só Deus sabe.
Essa triste lembrança de nosso (não tão) lento e inexorável envenenamento por plástico saltou em minha mente desde as primeiras páginas de “As Outras Pessoas”. Trata-se do novo sucesso literário de C. J. Tudor, autora do best-seller “O Homem de Giz”. Senti desde o começo da leitura um inconfundível e desagradável “gostinho” de plástico, que só foi ficando mais e mais pronunciado até o final do livro.
Mas o que quero dizer com “um livro com gosto de plástico”? Trata-se de uma trama evidentemente artificial, com o suspense sendo construído não a partir de episódios e acontecimentos, mas pela intencional e explícita supressão de partes importantes da narrativa pela autora. Notei esse mesmo tipo de “suspense artificial” em outro best-seller recente, “A ÚLTIMA FESTA”, de Lucy Foley (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2024/01/suspense-instantaneo-em-po-misture-agua.html). Será que esse estilo de escrita virou moda entre os jovens leitores de hoje? Custo a crer, mas tudo indica que sim.
Além disso, “As Outras Pessoas” segue conectando seus personagens em uma trama frouxa e para lá de inverossímil. Li pulando parágrafos inteiros, com um desgosto crescente, e só não abandonei de todo porque fiquei curioso com a novidade do elemento “sobrenatural” inserido na história tipicamente policial. Não chegou a ser uma surpresa chegar ao final do livro e descobrir que a parte “policial” foi a que teve explicações fajutas, enquanto a parte “sobrenatural” foi simplesmente a que ficou sem explicação alguma...
Não é que o livro seja ruim, veja bem. O problema é meu, que não curto muito o sabor do plástico.
\\\***///
FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor
de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).
Facebook: https://www.facebook.com/fabioshivaprosaepoesia
Instagram: https://www.instagram.com/fabioshivaprosaepoesia/
\\\***///
JÚBILO
– Imago Mortis
JÚBILO!
é o “álbum silencioso” do Imago Mortis, inicialmente concebido como um EP
comemorativo do jubileu de prata (25 anos) da banda. A obra foi composta em
julho de 2020, durante um dos piores períodos da pandemia do coronavírus, mas
nunca chegou a ser gravada. A publicação do livro físico “DIÁRIO DE UM IMAGO:
contos e causos de uma banda underground”, de Fabio Shiva, motivou o letrista a
compartilhar o álbum nesse formato de “sombra de canções”, apenas com as
letras. Uma experiência diferente, que vale a pena ser vivida. Boa catarse!
Leia
o PDF grátis:
https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/7971321
.
ResponderExcluirUma Páscoa com saúde e Paz... || Desejo que todos tenhamos uma Santa e Feliz Páscoa, extensivo a todos os nossos, e vossos Familiares e Amigos. Saúde e Paz para todo o Mundo, que bem precisa.||
.
Fraterno Abraço
Gratidão pelas palavras e por essa energia boa! Feliz Páscoa!
Excluir