sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CEM DIAS ENTRE CÉU E MAR - Amyr Klink


Vocês, eu não sei, mas eu tenho verdadeiro pavor de água em grande quantidade e quando li o comentário de um crítico numa revista sobre esse livro pensei, impossível! Mas a revista era bem antiga, tão antiga que o Amyr já tinha feito a viagem, voltado e publicado um livro sobre ela...rs...

Fiquei dias e dias pensando sobre o artigo: como é que uma pessoa em sã consciência poderia cruzar o oceano, não falo cruzar o mar da praia até a ilha mais próxima ou fazer um cruzeiro, mas, atravessar quase 6.500 quilômetros da África até a Bahia, a bordo de um minúsculo barco a remo!!!! Uau! ah, eu tinha de ler esse livro. Li e fiquei arrepiada, o tempo todo eu "via"Klink no Paraty, cercado de águas por todos os lados. A foto abaixo mostra a chegada dele na Bahia.

No livro Amyr diz o quanto se sentiu temeroso e apreensivo ao enfrentar situações inusitadas como a de tubarões que o acompanharam durante uma parte da travessia, ou quando acordou com uma baleia batendo fundo do barco. Conta também o quanto se deliciou ao conversar com seus companheiros de viagem - os objetos que tem a bordo, e me fez lembrar de O Meu Pé de Laranja Lima e Rosinha, minha Canoa de José Mauro de Vasconcelos. Conta, ainda, quão estranho foi se alimentar com um cardápio de embalagens rotuladas com números e instruções de horário e a seqüência que devia observar para se alimentar, o prazer que lhe trouxe sentir a chuva molhando seu corpo ou o sol fazendo-o derreter-se sob seu calor, com os lindos raiar e pôr do sol e com as estrelas tão brilhantes no negrume da noite, entre muitas outras coisas.

Amyr Klink, digo-o com todas as letras, é uma pessoa que interage com o mar e a natureza como poucos são capazes, foi o que me passou através desse livro - na verdade, seu diário de bordo - onde afirma ser um viajante dos mares ousado, porém, consciente dos perigos que ele pode apresentar.

Enfim, é um livro cativante, com uma narrativa que me prendeu do princípio ao fim, de forma tão intensa que em algumas passagens tive a sensação de estar a bordo do Paraty sentindo a magia de viver apenas entre céu e mar.

bj da angel ;)


Um comentário:

  1. Nossa, eu li esse livro lá pelos meus 12 anos... E me impressionei, ficava pensando naquele homem, sozinho, em meio a um marzão sem fim... Porque eu tenho pavor de mar, rio, piscina, medo de me afogar que não consegui vencer! =( Valeu pela resenha, Angel! ;)

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