terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Expressivo, mas poderia ir além


Muito, mas muito antes de me tornar leitor, tornei-me cinéfilo. Como um assíduo admirador do cinema, não é de espantar que eu já tenha conferido o clássico supremo Tubarão, de Steven Spielberg, há muito tempo. O filme é, como muitos, baseado em um romance - este resenhado por mim.

O tempo passou... o romance também passou... o filme ficou. É esta a mais pura verdade. O romance foi perdendo seu valor com o tempo, tanto que muitos nem sequer sabem que o grande clássico do cinema foi baseado em uma obra literária. Bem, confesso que essa obra do Peter Benchley não é nenhuma obra-prima, mas por outro lado não merecia cair assim no mar do esquecimento. Mas isso infelizmente acontece com quase todo best-seller ''modinha''. 

Quanto à qualidade do texto: é um bom trabalho, mas que poderia ir além. De todo modo, consegue cumprir bem sua proposta primária: explora bem seus personagens e os aproxima de nós, leitores, com fluidez... com isso, a tensão necessária para a trama é desencadeada. Não, o vilão dentuço não é nem de longe toda ferramenta da tensão; o nosso ''amigo'' apenas é mais um complemento na confusa vida dos outros personagens.

É daquele romance que te segura e te deixa na posição de testemunha inútil. Ele te obriga a explorar o subconsciente de todos os personagens envolvidos na trama... desde um simples tubarão até um simples chefe de polícia. Todavia, com nossa ''inutilidade'' de leitor, não podemos fazer nada a respeito... apenas temos que ler.

Mas, como já falei, o romance poderia ser melhor. A ideia de Benchley é excelente, mas não foi tão bem executada. Eis que surgiu a deixa de Steven Spielberg, que soube aproveitar o embalo todo: pegou a boa ideia e a executou magistralmente. Não estou comparando a literatura com o cinema, mas sim comparando o trabalho de dois artistas.

Ao final do romance uma imensa sensação de vazio fica no peito, e isso não se dá pelo clima angustiante da trama - por mais que contenha excelente grau de suspense, não chega a tanto -, é por possuir um desfecho vazio. Triste ver tanto potencial desperdiçado assim.

Avaliação: 3/5

Victor Ramos (Jerome)

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