sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Marina - Carlos Ruiz Zafón


Quando li o primeiro livro de Carlos Ruiz Zafón, “A sombra do vento”, fui anotando frases até me cansar. Quando dei por mim já possuía um outro livro só com as frases copiadas. Não é necessário dizer que me tornei fã. Os livros de Zafón são para se ter na cabeceira da cama, para se ler uma frase e começar bem seu dia.

Suas palavras vão rolando pelas páginas tão facilmente, se encaixando, se completando de forma tão harmoniosa que passamos a acreditar em tudo, ou melhor, queremos acreditar, por mais inverossímil que seja. Muitos dizem que Zafón é previsível e estão certos. E é aí que reside sua capacidade. Por mais que saibamos, queremos ler, queremos concluir. Existe prêmio maior para o escritor que a voracidade de um leitor completamente dominado, encantado? Pois é desta forma que me sinto quando leio Zafón.

Hoje quero falar de Marina (Suma de Letras, 2011 – 189 páginas), mais um livro maravilhoso deste mestre visionário. No livro o personagem Óscar Drai relembra a incrível história ocorrida há quinze anos, quando no mês de maio ele desapareceu do mundo por uma semana. Óscar entra em uma casa que parece abandonada e inadvertidamente leva um relógio. O artefato servirá como elo de ligação entre ele e a enigmática Marina, por quem ele passa a sentir forte atração. Ela o levará a conhecer alguns mistérios, sendo ela mesma um mistério insondável. O que os levaria a seguir uma estranha figura dentro de um cemitério?

Zafón diz ser este um livro infanto-juvenil, mas digo que esta classificação é falha, tanto pela trama, quanto pela escrita única e primorosa, o que é uma redundância em se tratando deste escritor. Ele destila sabedoria por suas personagens:

“As derrotas caem melhor em silêncio.”

Cada frase contida em seu livro é dita de forma única. Nelas há mais poesia que prosa, como na descrição da chegada de um período de frio:

“O frio chegou a Barcelona com seu estilo habitual: como um meteorito. Em apenas um dia, os termômetros começaram a olhar para o próprio umbigo. Exércitos de casacões saíram dos armários substituindo as leves gabardines do outono. Céus de aço e vendavais que mordiam as orelhas tomaram conta das ruas.”

Fico deslumbrado com a forma como cada frase é tratada. Olha como é intrigante esta dita por Marina a Óscar:

“– Às vezes, as coisas mais reais só acontecem na imaginação, Óscar – disse ela. – A gente só se lembra do que nunca aconteceu.”


Leia mais em:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2012/01/resenha-os-misterios-escondidos-por.html

2 comentários:

  1. Boa noite!vim agradecer sua visita e comentario em meu blog.
    E conhecer o seu.
    Gostei...vou te seguir!
    Amo ler e escrever!
    tenho um outro, alem do que vc visitou onde posto meus escritos e de outros autores,pois estou tentando desmembrar essa parte do outro.
    mensagensepensamentoseliany.blogpost.com
    até mais!

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  2. Eu achei a história muito misteriosa, muito.

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