Neste livro encontramos Moira, deusa grega do destino; Marion, casada com Maurice, mas apaixonada por Brian, também casado, e com quem mantém uma relação tão estável quanto o seu casamento (e põe estável em ambos!); e Alice, mãe de Marion.
Levei um susto ao ler no início do primeiro capítulo que Moira anda ao nosso lado interferindo em nossas vidas, livrando-nos de morrer num acidente de carro do qual ninguém sairia vivo para depois vir buscar nossa alma quando contraímos uma simples gripe. Gelei ao imaginar essa figura me acompanhando pra direita, pra esquerda, mas, com muita sutileza Benoîte desfaz essa má impressão e Moira quase se torna nossa amiga.
É muito interessante a abordagem que a escritora faz sobre o hábito de Marion tirar férias e passar diversos períodos do ano com Brian, seu amante, tendo o aval de seu marido, Maurice, e também de sua mãe, Alice, uma senhora que já passou dos 80 anos.
O relacionamento entre Marion e Brian é de uma intensidade ímpar e a escritora trabalhou muito bem esse triângulo amoroso, não fosse por isso, poder-se-ia afirmar ser esse livro mais um clichê. O que mais toca na história, todavia, é ver Alice falar do seu presente, passado e futuro rememorando ou planejando seus passos. Através dela a escritora mostra que envelhecer pode ser uma arte.
A escritora, Benoîte Groult nasceu em 1920, é considerada a “mulher do século”, principalmente pela incansável luta pelos direitos femininos. Foi uma das primeiras signatárias a favor da legalização do aborto e uma das fundadoras, em 1970, da F Magazine, uma publicação feminista. (extraído da “orelha” do livro).
O livro por si só, é muito bom, de leitura leve e descontraída e por sua autora ser uma feminista ele adquire um quê a mais, pelo menos para mim, assim o foi. Recomendo!
bj da angel ;)
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