quarta-feira, 21 de março de 2012

O HOMEM BICENTENÁRIO – Isaac Asimov


Como é bom ver um mestre em ação! Essa coletânea traz histórias publicadas entre 1966 e 1976, período em que Asimov estava em excelente forma. Basta dizer que nesse arco de 10 anos o bom doutor publicou nada menos que 109 livros, entre obras de ficção e não-ficção. Isso dá uma média quase inacreditável de mais de dez livros publicados por ano (ao falecer Asimov havia publicado mais de 300 livros, incluindo obras científicas, dois volumes de sua autobiografia e também um estudo sobre a Bíblia).

Quantidade não é necessariamente sinônimo de qualidade. Menos quando se trata de Isaac Asimov. Ainda não li uma história ruim dele. Mesmo as piores são ótimas!!!

Esse livro (“The Bicentennial Man” no original), então, recomendo sem restrições para quem quiser conhecer um pouco do universo de Asimov. Duas de suas melhores histórias sobre robôs estão presentes. A primeira é a própria história-título, “O Homem Bicentenário”, onde Asimov explora magistralmente o que ele chama de “robô como pathos”, ou seja, com ênfase no drama humano. Essa história rendeu um filme bem bonitinho com Robin Williams no papel-título, vale a pena conferir. E a segunda é a poderosa “Para Que Te Lembres Dele” (“That Thou Art Mindful of Him” no original), em que o autor aceita o desafio de escrever uma história sobre robôs levada a seu limite. Só lendo.


A antologia traz ainda os deliciosos comentários do autor para cada uma das histórias, que podem ser fonte de grande interesse não apenas para os fãs de Asimov, como para qualquer um interessado no processo da escrita. Pois Asimov revela com generosidade as circunstâncias em que cada história foi escrita, como ocorreram as negociações com as editoras em cada caso, o modo como algumas das histórias foram encomendadas ou sugeridas. Esses comentários valem também como registro da singular e cativante personalidade de Isaac Asimov. Nunca vi alguém conseguir elogiar tanto a si mesmo de uma forma tão simpática. Só mesmo o bom doutor!

Viva Asimov!


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