sexta-feira, 20 de abril de 2012
Malleus Maleficarum - Heinrich Kramer e James Sprenger
Antes de mais nada, não cabe dizer se gostei ou não do livro, não trata-se de uma obra comercial e nem foi concebido com essa finalidade. Antes disso, é um documento histórico, em suma um manual de caça às bruxas.
Bem definido como o livro mais sangrento de todos os tempos, O Malleus Maleficarum: O Martelo das Feiticeiras, trouxe um grande flagelo a Europa do século XV. A crença na existência de bruxas já havia sido difundida há mais de 100 anos, mas um manual com uma bula papal controversa veio legitimar esse horror em escala até então sem precedentes, onde estima-se, tenha levado cerca de 100 mil mulheres diretamente à morte durante os quatro séculos em que foi defendido.
O texto revela muito sobre a mente dos autores, os monges-inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, que não temem escandalizar com suas contínuas menções a orgãos sexuais e toda sorte de prática sexual oriunda de suas mentes doentias e que foram usadas como argumentos para identificação e tortura das acusadas. Como a estória da feiticeira que tornava os homens impotentes e depois os fazia barganhar para trocarem seus pênis por um que fosse capaz de atingir uma ereção, esses por sua vez, mantidos em uma "árvore de pênis" que a bruxa tão zelosamente cultivava - quanto maior, mais difícil a barganha. Todos com difícil verificação, pois não se mencionava nada além das cidades onde ocorriam tais práticas e todas sendo produtos de transcrição, pois pelo que se pode perceber, os próprios autores jamais presenciaram qualquer prática sobrenatural.
Dividido em três partes: A primeira trata do reconhecimento das bruxas em seus disfarces e artimanhas, a segunda expondo todos os malefícios provocados pelas servas de satã e a terceira com todas as regras e formalidades que se deve observar durante um julgamento "legítimo". O Malleus vai ao encontro de todo o misticismo e delírio condizentes com os excessos cometidos pela Igreja Católica no período medieval.
Um documento histórico importante, que nos faz pensar como o domínio absoluto e a falta de informação pode mergulhar um continente em uma nuvem de delírio e submissão.
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