terça-feira, 26 de junho de 2012

OS ROBÔS DO AMANHECER – Isaac Asimov





Palmas para o bom doutor, que ele merece!

Isaac Asimov é o Rei da ficção científica! Tanto quanto Agatha Christie é a Dama dos romances policiais. O Rei e a Dama se equivalem ao transformar a leitura de um livro em um jogo delicioso, tão inteligente e instigante quanto uma boa partida de xadrez!

Li pela segunda vez esse clássico supremo da FC (“The Robots of Dawn” no original). Por onde começar a elogiá-lo?

Decidido a provar que era possível escrever uma “ficção científica de mistério”, ou seja, uma mistura entre os gêneros da FC e do romance policial, Asimov escreveu “As Cavernas de Aço”. Para mostrar que o sucesso que o livro alcançou não foi por acaso, ele escreveu uma sequência, “O Sol Nu”, ainda melhor. E trinta anos mais tarde, finalmente, o encerramento da trilogia (sempre rola uma trilogia em FC, faz parte do status de “clássico”): “Os Robôs do Amanhecer”. Chave de ouro!

As três aventuras são estreladas pelo detetive terrestre Elijah Bailey e seu parceiro espacial, o robô Daneel Olivaw. A primeira história acontece na Terra, onde há um excesso de seres humanos e poucos robôs. A segunda história ocorre em Solaria, onde há pouquíssimos seres humanos e muitos robôs. E o encerramento se dá em Aurora, onde há um suposto equilíbrio entre o número de robôs e de seres humanos.

É isso o que justifica o inusitado crime que move a trama: um roboticídio! Como é possível um robô ser assassinado, se a rigor ele nunca esteve vivo?

E é assim que o bom doutor vai contando sua excelente história de detetive ambientada em um cenário espacial, com algumas ideias muito interessantes como pano de fundo:

“(...) há leis que governam o comportamento humano, assim como as Três Leis da Robótica governam o comportamento robótico; e a partir dessas leis talvez se possa lidar com o futuro, de certa forma – algum dia. As leis humanas são bem mais complicadas que as leis da robótica e eu não faço ideia de como elas podem ser organizadas. Elas podem ser de natureza estatística, de tal forma que só sejam adequadamente expressadas em imensas populações. Elas podem ser fracamente ligadas, de tal forma que não façam sentido a não ser que essas imensas populações desconheçam a operação das leis.”
Lendo esse livro, eu fiquei pensando no robô feito homem, ou seja, na questão da inteligência artificial. E também pensei no homem feito robô, no quanto há de programado e previsível em nosso comportamento.

Quero registrar também que com esse livro Asimov fechou um tremendo arco de histórias escritas ao longo de décadas. Suas duas sagas principais, a dos robôs e a da Fundação, são ligadas por essa incrível história, cujo final é deveras surpreendente! A história policial não fica em segundo plano.

Cara, como é bom ser fã de Asimov!



Com a palavra, o bom doutor!

Fiquei com vontade de transcrever alguns trechos da autobiografia resumida que acompanha alguns livros do Asimov:

“Isaac Asimov nasceu na União Soviética, para sua grande surpresa. Ele rapidamente se moveu para corrigir a situação. Quando seus pais emigraram para os Estados Unidos, Isaac (três anos de idade na época) se enfiou no meio da bagagem. Ele tem sido um cidadão americano desde os oito anos.

(...)

Enquanto isso, aos nove ele encontrou o amor de sua vida (no sentido inanimado) ao descobrir sua primeira revista de ficção científica. Na época em que fez onze anos, começou a escrever histórias, e aos dezoito ele juntou a coragem para submeter uma [a um editor]. Foi rejeitada. Depois de quatro longos meses de tribulação e sofrimento, ele vendeu sua primeira história e, a partir de então, nunca mais olhou para trás.

Em 1941, quando contava vinte e um anos de idade, escreveu o clássico conto “O Cair da Noite”, e seu futuro estava assegurado. Pouco antes disso ele começou a escrever suas histórias de robôs, e pouco depois começou a escrever sua série A Fundação.

O que restou a não ser quantidade? No momento presente, ele publicou mais de 260 livros, distribuídos através de todas as principais divisões do sistema Dewey de classificação bibliotecária, e não mostra sinais de reduzir a velocidade. Ele continua tão juvenil, vivaz e amável como sempre, e fica mais bonito a cada ano. Você pode ter certeza de que é assim porque ele mesmo escreveu esse pequeno ensaio, e é notória a sua devoção à absoluta objetividade.”

Como não amar esse cara???

2 comentários:

  1. Adoroooo!! meu pai me viciou no autor há muitos anos, e cada vez mais gosto dos livros dele!

    http://theredlilshoes.blogspot.com.br/

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