sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A ESTRUTURA DO ROMANCE – Edwin Muir




Há muito tempo eu tinha vontade de ler algo sobre crítica e análise literária. E graças à generosidade da amiga Marcia, pude saciar esse desejo!

Achei a leitura muito interessante, me ajudou a captar um pouco desse “olhar literário” que eu queria descobrir. Vou colocar aqui bem resumidinho as principais coisas que aprendi.

O autor formula um sistema teórico que pode não ser o definitivo, mas é bem válido. Ele percebe os romances como estruturados principalmente em função do tempo ou do espaço.

Na primeira categoria está o chamado “romance dramático”, que gira em torno de alguma modificação que ocorre com os personagens, daí o fator tempo ser fundamental. Fiquei com vontade de ler “O Morro dos Ventos Uivantes” de tanto que foi louvado como belo exemplo de romance dramático.

Na segunda categoria está o “romance de personagem”, que distribui uma sequência de cenas mais no espaço que no tempo, pois os personagens praticamente não sofrem alterações no decorrer da história. Os livros de Dickens foram muito citados nessa categoria e também o “Vanity Fair” de Thackeray.

Uma outra forma de estruturar o romance através do tempo é chamada pelo autor de “crônica”, o que tem e não tem a ver com o conceito que comumente fazemos de uma crônica. Aqui o tempo é uma força impessoal, e não um coadjuvante dramático. Exemplo: “Guerra e Paz” do Tolstoi.

Outras formas de estrutura são citadas: o “romance epocal” que Edwin Muir corretamente profetiza que está para desaparecer, pois nenhum dos livros citados nessa categoria me pareceu familiar (o livro é de 1928). Essa categoria baseia-se mais numa descrição acurada de um evento que marca uma época (tal como a invenção do automóvel) que numa história em si.

Muito interessante foi a interpretação que Muir fez de “Em Busca do Tempo Perdido” de Proust e do “Ulisses” de James Joyce, cada um sendo o único representante de sua categoria própria. Sobretudo por ter começado a ler “Ulisses” agora, gostei muito. Na descrição de Muir (em que vi ecos do grande fã de Joyce, Anthony Burgess), “Ulisses” é um fracasso genial!!! Como disse Burgess, somente os grandes têm falhas interessantes...

Valeu muito a pena ler esse livro!!! Recomendo a todos que desejem aprofundar suas leituras e também, por que não, seus escritos.



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Aproveito para convidar você a conhecer o meu livro, O SINCRONICÍDIO:

Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI

Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/
 
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):


Um comentário:

  1. Fabinho!
    O livro parece interessante, princpalmente para nós, que costumamos analisar e resenhar os livros.
    Mesmo que seja mais voltado para o romance, pode dar um bom suporte.
    Valeu a resenha!
    cheirinhos
    Rudy

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