Estava
com saudades do Bom Doutor e resolvi reler esse que é o segundo livro da
clássica série “Fundação” (título original: “Foundation and Empire”).
As
histórias dessa saga têm um sabor espacial especial!!! Asimov usa um estilo
todo próprio para escrevê-las, bem diferente de seu usual. Tenho para mim que o
modelo maior para “Fundação” foi Shakespeare em suas tragédias históricas.
Imagine
que tirada de sarro, uma saga de ficção científica escrita nos moldes de uma
tragédia elisabetana! Isso explica porque “Fundação” ganhou o prêmio Hugo de
melhor série de ficção e fantasia de todos os tempos, batendo inclusive “O
Senhor dos Anéis” de Tolkien (que o próprio Asimov considera superior).
As
pistas que tive para chegar a essa conclusão foram:
* A
história é contada em grandes saltos no tempo, de um capítulo para outro,
exatamente como nos atos da peças de Shakespeare.
* As
cenas de batalha quase sempre acontecem “off-stage” e são narradas a
posteriori.
* Last
but not least [por último mas não menos importante], a escandalosa pista do
Bobo da Corte! É o figuraça Magnifico Giganticus, personagem da história que o
próprio Asimov elege como sua favorita da saga, “A Mula” (em inglês “The
Mule”).
E por
falar em Mula... acho que enfim descobri o porquê de Asimov ter “empacado” com
esse nome para batizar o seu Gengis Khan galáctico!
É o
tributo do autor ao seu tempo. Um detalhe da história que hoje parece estranho
e antiquado, como as cenas em que os personagens fumam um cigarro atrás do
outro nas espaçonaves (curioso que o próprio Asimov não fumava e nem bebia).
Essa
descoberta traz uma emoção especial para um fã de carteirinha como eu.
A parte
científica da história continua instigante: a psico-história (uma ciência capaz
de prever os destinos do Império Galático), o visi-sonor (instrumento que toca
uma música de imagens) e muito mais. É a parte da ficção que ficou tão
saborosamente datada: a humanidade extraterrestre de milhares de anos no futuro
espelha a América dos anos cinquenta!
Em
minha opinião, essa combinação é uma delícia!
Viva
Asimov!
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Fabinho!
ResponderExcluirIsaac Isimov foi uma mente criativa e bem a frente do seu tempo!
cheirinhos
Rudy