sábado, 14 de setembro de 2013

SUSPEITOS – William J. Caunitz


O atrativo maior da obra é o retrato vívido do cotidiano de uma delegacia policial. Competência para falar do assunto o autor tem de sobra, pois foi policial durante trinta anos.

Mas o que é que torna o dia-a-dia de um policial tão interessante?

Penso que é porque o policial vive na fronteira entre o bem e o mal. Para combater o mal, no entanto, é preciso investigá-lo, conhecê-lo a fundo, compreendê-lo. Só que nesse mesmo processo investigativo essa fronteira que o policial existe para defender vai revelando o seu caráter ilusório, fictício. O bem e o mal não passam de contos de fada em um mundo regido pelo dinheiro. O policial é o cão de guarda dos ricos e poderosos, mas precisa fingir a cada dia que defende a lei e a justiça. Para alguns policiais, esse conflito não representa problema: tornam-se piores que os piores criminosos. Para outros, restam o alcoolismo e o cinismo crônico.

Essas divagações surgiram do que percebi de comum entre William J. Caunitz e Joseph Wambaugh, outro autor de romances policiais que também foi policial antes de virar escritor. O mesmo caso do brasileiro Rubem Fonseca.

Comparações, inevitáveis: leia sobretudo Fonseca! Mas não desperdice uma oportunidade de ler Wambaugh. Quanto a Caunitz, sobrando tempo, é bom passatempo. Mas fica claro que ele, ao contrário dos outros dois, é bem mais policial que escritor.



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Conheça O SINCRONICÍDIO:

http://www.caligoeditora.com.br/osincronicidio/
 
 
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MANIFESTO – Mensageiros do Vento
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):



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