quinta-feira, 25 de junho de 2015

Blog Livros e resenhas – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

(Trilogia Millennium – Livro 1) - Stieg Larsson

SUA ESTANTE

“Todos tem segredos. 
É apenas uma questão de descobrir quais são”. 
(STIEG LARSSON, in: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, 2008)

O jornalista Mikael Blomkvist, enfrentando uma das fases mais complicadas de sua carreira, forma uma inusitada parceria com a hacker Lisbeth Salander para investigar um misterioso desaparecimento ocorrido há quase quarenta anos. Esse é o quebra-cabeça montado pelo escritor sueco Stieg Larsson no primeiro volume da trilogia Millennium, Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (Män som hatar kvinnor, 2008, Companhia das Letras, 522 p.).
Acredito que esse título seja o ponto mais fraco do livro pois, apesar de ser pertinente, revela muito sobre a investigação. A culpa, por mais incrível que pareça, não recai sobre a edição brasileira, já que a tradução foi bem fiel ao original – tradução literal: “homens que odeiam mulheres”. A versão norte-americana resolve esse problema com o charmoso título “The Girl with the Dragon Tattoo” – “A Garota com a tatuagem de dragão” em uma tradução livre.
Contudo essa pequena falha é uma das únicas cometidas pelo escritor nessa obra muito bem escrita. Stieg Larsson, jornalista e editor, vítima fatal de um infarto aos 50 anos, não pode testemunhar a publicação de sua trilogia que se transformou em best-seller mundial, ganhou inúmeros prêmios, duas adaptações cinematográficas e colocou a Suécia entre os países que contam com literatura policial de excelente qualidade, assim como a Inglaterra.
Os jornalistas são muito bem representados pelo protagonista Mikael Blomkvist, editor e sócio da revista Millennium. Perdendo sua credibilidade e até mesmo sua liberdade ao ser condenado por difamação contra Wennerström, um poderoso financista, o jornalista aceita a estranha proposta do industrial Henrik Vanger, o idoso patriarca de uma importante e tradicional família sueca: em troca de provas da culpa do financista e proteção para a Millennium, Mikael investigará o desaparecimento ocorrido em 1966 de Harriet Vanger, jovem sobrinha e herdeira de Henrik.
Enfrentando a resistência dos outros membros do clã Vanger e o perigo de um deles ter assassinado Harriet, o jornalista, unido a Lisbeth Salander, se depara com segredos que envolvem muito mais que esse caso não solucionado.
Lisbeth Salander certamente é um dos personagens mais marcantes da literatura atual e responsável pelos melhores momentos desse livro. Mesmo trabalhando para uma empresa de investigação particular, Salender ainda tem que lidar com sua interdição judicial que a obriga a prestar satisfação de todos os seus passos.
Além de nos fazer pensar sobre a intromissão do governo na vida particular, esse volume aborda, como o próprio título entrega, a questão da misoginia, que é o ódio ou desprezo ao gênero feminino. É interessante como na visão de Larsson, a violência contra as mulheres está intrinsecamente relacionada a cultura nazista que, ainda hoje, é um tema espinhoso para os países escandinavos. Vale ressaltar que em oposição a misoginia, o autor cria personagens femininos fortes e independentes como Lisbeth Salander e Erika Berger, sócia de Blomkvist na Millennium.
As duas adaptações para o cinema são muito bem produzidas e fiéis ao livro. Tanto a versão sueca de 2009 quanto a versão holiwoodiana de 2011 do diretor premiado David Fincher (Clube da Luta), estrelando Daniel Craig (007 – Operação Skyfall) como Blomkvist e Rooney Mara (A Rede Scial) como Salander, merecem ser conferidas após a leitura.
Agora é adiantar a leitura dos dois volumes seguintes – “A Menina que Brincava com Fogo” e “A Rainha do Castelo de Ar” – pois a trilogia se transformará em uma série, já que está prevista o lançamento do quarto volume após um hiato de vários anos causados por brigas entre os herdeiros do escritor.
Escrito por: Tatiana Castro
SUA ESTANTE


Um comentário:

  1. Tati!
    Sempre achei esse título muito nada haver.
    Já assisti os filmes, nas duas versões e gosto muito, resta agora ler os livros que pelo visto são muito mais emocionantes.
    Adorei!
    Semaninha de luz e paz!
    “Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...”(Chico Xavier)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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