terça-feira, 13 de novembro de 2018

ALCESTE / ELECTRA / HIPÓLITO - Eurípedes





Eurípedes (480 a.C. – 406 a.C.) é considerado um dos três grandes poetas trágicos da Grécia clássica, junto com Sófocles e Ésquilo. Uma de suas maiores contribuições para a dramaturgia universal foi a introdução do recurso do “deus ex machina”, expressão que indica uma solução inesperada, mirabolante e improvável para algum conflito da trama.

Atualmente o “deus ex machina” é considerado má ficção, mas é muito interessante travar contato com as primeiras histórias em que esse estratagema foi utilizado. “Alceste” é um bom exemplo desse uso, com a trama se encerrando de tal forma que ao leitor moderno só resta ficar um tempo de boca aberta, para então exclamar algo como: “Quê??? Como assim???”

Existe também uma estranheza psicológica que acaba sendo muito saborosa em uma leitura atual. Pois entre nós e os antigos gregos existem verdadeiros abismos difíceis de superar, algo que Nietzsche definiu muito bem ao dizer que a Grécia antiga era um mundo que mal podemos imaginar, “com espanto e horror”. Um exemplo dessa estranheza ocorre também em “Alceste”, que é a epítome da esposa dedicada e que aceita morrer no lugar de seu marido Admeto. Durante os funerais de Alceste, não é que Admeto tem uma briga feia com o pai, reclamando que o velho não se ofereceu para morrer no lugar dele, e que por isso foi culpa do pai Alceste morrer!

A tragédia de Electra é uma das mais famosas, por conta do “Complexo de Electra” freudiano. Só que a história não se presta tão bem à interpretação psicanalítica quanto a de Édipo. Afinal, Electra só quer matar a mãe por que esta se uniu ao amante para matar o marido!

“Hipólito” foi a minha favorita dessas três, por ser a que segue mais fielmente a estrutura da tragédia de Sófocles (meu autor trágico favorito). Nas outras duas é notável o esforço de finalizar a história de forma agradável ou amena. Não li ninguém falando sobre isso, mas talvez Eurípedes tenha se tornado o mais popular dentre os trágicos por ter meio que inventado o final feliz (junto com o “deus ex machina”).

Se você nunca leu uma tragédia grega, sugiro “Édipo Rei” de Sófocles, uma das melhores tramas que li na vida! Tanto que Aristóteles a louva em sua “Poética” como exemplo mais que perfeito do uso combinado de “reviravolta” e “reconhecimento” (dois outros recursos dramáticos muito comuns nas tragédias gregas e que continuam sendo utilizados até hoje).

E viva Melpômene, musa inspiradora da tragédia, a quem meu coração de poeta sempre rendeu os maiores tributos!



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O SINCRONICÍDIO – Fabio Shiva
 “E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.
 
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
 
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