OS AMIGOS SÃO AS TESTEMUNHAS DE NOSSA PRESENÇA NO MUNDO

 

Resenha do livro “MINHA PRESENÇA”, de Pedrina Castro

A minha amizade com a querida Pedrina Castro começou há catorze ou quinze anos, e sempre foi marcada pelo signo da Literatura. Nós nos conhecemos no antigo Orkut (quem ainda se lembra?), mais especificamente na Comunidade Resenhas Literárias, um espaço para troca de ideias e experiências sobre livros. Só quem viveu esse período na CRL sabe como foi algo especial. Eu mesmo fiz amizades preciosas e passei momentos muito divertidos conversando sobre um de meus assuntos favoritos. Houve também acalorados debates, cuja intensidade hoje me causa espanto, envolvendo divergências de opiniões sobre esse ou aquele livro. O Orkut foi a primeira rede social de relevância (ignoro se houve outras antes), e foi na Comunidade Resenhas Literárias que descobri o quanto de informação e entretenimento, mas também de intolerância e agressividade é possível vivenciar interagindo com outras pessoas através da Internet.

Essas descobertas feitas na CRL estão para mim indissociavelmente ligadas à minha jornada como escritor. Fundei essa comunidade no Orkut em 2007, o mesmo ano em que comecei a escrever o meu primeiro livro, “O Sincronicídio” (https://caligo.lojaintegrada.com.br/o-sincronicidio-fabio-shiva). Esse livro, aliás, em 2013 foi a primeira obra a ser publicada pela Caligo Editora, que foi criada pela querida amiga Bia Machado, que conheci justamente na Comunidade Resenhas Literárias!

Quanto à Pedrina, era uma das participantes mais ativas da CRL, e desenvolvemos uma afinidade imediata. Lembro com muito carinho especialmente de um episódio, quando graças à promoção de algum lançamento de uma editora parceira (sorteamos vários livros da Ediouro, da Nova Fronteira na comunidade, além de várias parcerias com autores nacionais independentes) eu bolei uma historinha de detetive para animar a turminha: quem solucionasse o mistério primeiro, ganhava o livro. No final das contas, eu revelava que o morto na verdade não havia morrido, e que o suposto assassinato não passava de uma pegadinha. E nessa hora da revelação, a querida Pedrina fez o seguinte comentário: “Eu bem que devia ter desconfiado, pois o Fabinho não seria capaz de matar ninguém, mesmo em uma história de ficção.”

Lembro que esse comentário me deixou profundamente enternecido e, ao mesmo tempo, envergonhado. Pois por essa época eu já estava imerso na trama de “O Sincronicídio”, onde não apenas matei um bocado de gente, como devo mesmo ter abusado nos requintes de crueldade. Para meu grande alívio, contudo, quando o livro foi finalmente publicado, a generosa Pedrina não poupou elogios! E de lá para cá ela vem acompanhando com a mesma generosidade e carinho os meus escritos.

Outra lembrança preciosa desse período foi a brincadeira do P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante), que foi criada coletivamente na CRL, sem a menor pretensão, e só por lá fez circular mais de mil livros por todo o Brasil. Pedrina, como sempre, era uma das participantes mais entusiasmadas! Depois o P.U.L.A. ganhou uma estante física aqui em Salvador, e mais outras centenas de livros foram distribuídos (https://youtu.be/vbaLuc1e6eI).

Contei essa história toda por vários motivos, sendo o principal deles dar uma ideia do tamanho de minha emoção quando tive a oportunidade de participar do processo de edição do primeiro livro de Pedrina Castro, “Minha Presença”, inicialmente fazendo a avaliação da obra para a chamada de originais de 2022 da Verlidelas Editora (https://www.verlidelas.com/) e depois como revisor. Pedrina foi uma fiel testemunha dos momentos mais importantes de minha caminhada como escritor e, agora, eu estava tendo a oportunidade de testemunhar de perto a estreia literária de minha querida amiga.

 

O segundo motivo para eu ter me alongado tanto nesses pormenores é que, para mim, a leitura de “Minha Presença” está intimamente relacionada com a maravilhosa dádiva da amizade. Pedrina é uma amiga mais do que querida, que ainda não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente. Contudo, ao ler os poemas de seu lindo début literário, foi muito forte a sensação de estar travando um conhecimento profundo com minha amiga. Cada poesia desse livro é uma janela para a linda alma de Pedrina, como a reveladora e singela “A Orquídea”:

“Quando passo pelo caminho,

Vejo-a junto à mangueira.

Bela, linda, exuberante,

Colorida e faceira!

 

Sorrio para ela.

Ela sorri para mim.

No entanto somente o colibri

Beija-a para mim.

 

Ela é linda, delicada e sublime.

Traz beleza e alegria.

São mimos de Deus,

Brotados no meu jardim!

 

Orquídea, flor

Que se fez mulher!”

 

Pedrina é mesmo uma flor querida, que me ensinou novas nuances da Poesia, essa magia sem fim que, através das palavras, nos transporta para uma dimensão além das palavras. Ao ler “Minha Presença”, senti-me mais do que nunca um amigo de Pedrina, e muito feliz e grato por testemunhar a sua existência, assim como de ter a minha existência igualmente testemunhada por ela.

Viva a amizade! E viva a Poesia!

Para adquirir o livro:

https://www.verlidelas.com/product-page/minha-presen%C3%A7a

 

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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Vídeo MEDITAÇÃO PARA CRIANÇAS:

https://youtu.be/uyuY8KEdlJE