domingo, 21 de maio de 2023

COMO ME APAIXONEI PELAS HISTÓRIAS DE ASSASSINATO DE AGATHA CHRISTIE



Resenha do livro “ASSASSINATO NO CAMPO DE GOLFE”, de Agatha Christie

Li meu primeiro livro de Agatha Christie aos 11 anos. Foi também o primeiro livro que escolhi por mim mesmo, estreando o cartão da biblioteca da Ribeira, que fiz em parceria com minha colega de aventuras, Eva Costa. O livro que eu levei para casa, nessa primeira e inesquecível ida à biblioteca, foi “O Caso dos Dez Negrinhos” (atualmente rebatizado como “E Não Sobrou Nenhum”). Devorei o livro em estado de crescente ansiedade e suspense. Depois da leitura, fiquei uma semana sem dormir direito, a todo momento querendo olhar debaixo da cama ou por detrás das cortinas para ver se não havia algum assassino escondido ali. E fiquei viciado em Agatha Christie, aparentemente pelo resto da vida.

Agora em maio de 2023, quase quarenta anos depois, como cuidador do projeto P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante), recebi uma doação de mais de mil livros da Escola Comunitária São Miguel, do bairro de Fazenda Coutos. Depois de fazer a distribuição entre os projetos semelhantes aqui em Itapuã (Cantinho dos Livros, Mansão dos Livros, Colina da Leitura), levei para casa algumas dúzias de pérolas literárias, que pretendo ler antes de passar adiante. E dentre tantos livros maravilhosos, qual foi o que peguei primeiro para ler? “Assassinato no Campo de Golfe”, de Agatha Christie, livro que eu já havia lido (pelo menos) duas vezes!

Quem ainda não leu ou não gosta de Agatha Christie dificilmente vai entender, mas para os fãs da Rainha nem é preciso explicar. Hoje ler um livro de Agatha é para mim quase uma terapia: é como tomar um longo banho quente de banheira, ou calçar aquele velho chinelo confortável. Curioso pensar que uma leitura que me deixou sem dormir agora tenha propriedades relaxantes!

Já li quase todos os livros de Agatha Christie, a maioria mais de uma vez. Pelo menos uns cinquenta desses li também no original em inglês (alguns em edição americana, com título diferente), graças ao maravilhoso presente da querida amiga Leila de Souza Mendes (que me presenteou também com dezenas de livros em inglês de outro de meus autores favoritos, Isaac Asimov). Não posso dizer que gostei de todos. Um cheguei a abandonar na página 60: “Passageiro para Frankfurt”. Também gosto pouquíssimo das aventuras de Tommy e Tuppence e de todas as histórias de espionagem escritas por Agatha. Dos livros que ela escreveu com o pseudônimo de Mary Westmacott só li um, para saber como é.

Há também os livros de Agatha que amo profundamente e que ficaram marcados em minha imaginação. Cito o meu top 5:

1) O Assassinato de Roger Acroyd

2) E Não Sobrou Nenhum

3) A Casa Torta

4) Assassinato no Expresso Oriente

5) O Misterioso Caso de Styles

Tirando os que não me agradaram e as obras-primas, restam dezenas e dezenas de livros de Agatha Christie que são sempre diversão garantida para mim, por um motivo muito simples: quase sempre eu me esqueço do enredo! Já dei tratos à bola para descobrir porque isso acontece, pois de modo geral minha memória é muito boa para livros. E a conclusão a que cheguei foi que os livros de Agatha são mais um jogo de dedução que propriamente literatura. O que importa mesmo (como em boa parte dos romances policiais, sobretudo os dessa época “clássica” de meados do século vinte) é descobrir “quem matou”, elucidar a identidade do assassino antes da cena final da revelação. Por isso é que os livros são tão divertidos (e as histórias tão fáceis de esquecer!).

Foi bem esse o caso de “Assassinato no Campo de Golfe”. Mesmo já tendo lido duas vezes (pelo menos), só conseguia lembrar de detalhes irrelevantes. Como, por exemplo, o fato de essa história trazer uma pitada de romance para o bom e fiel Capitão Hastings, narrador da história que faz as vezes de Watson para Hercule Poirot.

Aliás, a influência de Conan Doyle e seu Sherlock Holmes foi o que mais me chamou a atenção nessa releitura. Publicado em 1923, esse foi o terceiro livro de Agatha, que ainda estava desenvolvendo seu estilo próprio e, aqui, encontrou no contraponto a Sherlock Holmes uma boa estratégia para ir construindo o seu Hercule Poirot. Interessante o recurso do rival de Poirot na investigação, o detetive Giraud, ser praticamente uma caricatura de Holmes, a ponto de ser desdenhosamente apelidado por Poirot de “homem-perdigueiro”. Em oposição ao detetive que vasculha o chão em busca de cinzas de cigarro, Poirot é o detetive-pensador, que se vale de suas “pequenas células cinzentas” para elucidar o mistério.

Terminei de ler “Assassinato no Campo de Golfe” na fila da vacina, no posto de saúde (tomei logo duas, contra gripe e covid). Pouco depois encontrei na fila uma amiga e seu filho, que costumava frequentar a estante do P.U.L.A., por isso já fui perguntando: “Gosta de Agatha Christie?” Como eu esperava, ele assentiu enfaticamente, e por isso já passei para suas mãos o exemplar ainda quentinho da leitura. Foi um desfecho auspicioso: esse exemplar de Agatha não ficou nem um minuto ocioso antes de encontrar outro feliz leitor!



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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

Facebook: https://www.facebook.com/sincronicidio

Instagram: https://www.instagram.com/prosaepoesiadefabioshiva/




O SINCRONICÍDIO – Fabio Shiva

 “E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”

Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.

“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”

Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.

Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.

 

Oito anos depois do lançamento do livro físico, finalmente disponível também em e-book:

https://www.amazon.com.br/dp/B09L69CN1J

 

Livro físico:

https://caligo.lojaintegrada.com.br/o-sincronicidio-fabio-shiva

 

Book trailer:

http://youtu.be/Vr9Ez7fZMVA


 

   

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