quarta-feira, 2 de outubro de 2024

ENSAIO SOBRE A ORIGEM DAS LÍNGUAS – Jean-Jacques Rousseau

 


Li com curiosidade esse texto relativamente curto, que acompanha “Do Contrato Social” no primeiro volume dedicado a Jean-Jacques Rousseau na Coleção Os Pensadores. O motivo da curiosidade é o subtítulo da obra: “No qual se fala da melodia e da imitação musical”. Queria muito saber o que Rousseau tinha a dizer sobre a música. Afinal ele mesmo foi músico, chegando a compor óperas e até a inventar um novo modo de notação musical.

E de fato, o filósofo apresenta algumas ideias interessantes sobre a música, como a sua proposição de que todas as consonâncias são, na verdade, convenções estabelecidas pelo hábito:

“Naturalmente, só existe a harmonia do uníssono.”

A leitura valeu também por essa divertida informação citada em uma nota de Lourival Gomes Machado:

“A medicina popular recomendava, para curar os efeitos da picada venenosa da tarântula, que o paciente dançasse ao som de música, afirmando outros que o envenenado se sentia impelido a dançar. Daí a ‘tarantela’ tiraria seu nome.”


 

Mas Rousseau apresenta outras sacações interessantes:

“Todos os povos que possuem instrumentos de corda são forçados a afiná-los por meio de consonâncias, mas aqueles que não os têm possuem nos seus cantos inflexões que consideramos desafinadas por não entrarem no nosso sistema e por não podermos grafá-las.”

A parte da música, contudo, é apenas secundária no ensaio que é destinado a estudar a origem das línguas:

“As do sul tiveram de ser vivas, sonoras, acentuadas, eloquentes e frequentemente obscuras, devido à energia. As do norte surdas, rudes, articuladas, gritantes, monótonas e claras, devido antes à força das palavras do que a uma boa construção.”

“Nossas línguas valem mais escritas do que faladas; leem-nos com mais prazer do que nos escutam. Pelo contrário, as línguas orientais perdem, escritas, sua vida e calor. O sentido só em parte está nas palavras, toda a sua força reside nos acentos. Julgar o gênio dos orientais pelos seus livros é querer pintar um homem tendo por modelo seu cadáver.”

“A palavra distingue os homens entre os animais; a linguagem, as nações entre si – não se sabe de onde é um homem antes de ter ele falado.”

“Quando se fala, transmitem-se os sentimentos, e quando se escreve, as ideias.”

Como não poderia deixar de ser, esse texto escrito por volta de 1759 (a data é incerta) já está bem defasado. Não deixa de ser interessante justamente pela verve de Rousseau, com suas frases de efeito e máximas:

“Como nos deixamos emocionar pela piedade? – Transportando-nos para fora de nós mesmos, identificando-nos com o sofredor.”

“O selvagem é caçador; o bárbaro, pastor; o homem civilizado, agricultor.”

E vamos para o segundo volume de Rousseau!


 

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FABIO SHIVA é músico, escritor e produtor cultural. Autor de “Favela Gótica” (https://www.verlidelas.com/product-page/favela-g%C3%B3tica), “Diário de um Imago” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) e “O Sincronicídio” (https://www.amazon.com.br/Sincronic%C3%ADdio-sexo-morte-revela%C3%A7%C3%B5es-transcendentais-ebook/dp/B09L69CN1J/). Coautor e roteirista de “ANUNNAKI - Mensageiros do Vento” (https://youtu.be/bBkdLzya3B4).

 

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O SINCRONICÍDIO: Sexo, Morte & Revelações Transcendentais – Fabio Shiva

Leia o PDF grátis:

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Para celebrar o seu décimo aniversário, a Caligo Editora está disponibilizando gratuitamente o PDF do romance policial “O SINCRONICÍDIO: sexo, morte & revelações transcendentais”, de Fabio Shiva. Lançado em 2013, o livro chama atenção pela originalidade da trama, que mistura xadrez e I Ching.

“E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”

Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.

“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”

Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.

Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.

 

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