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Texto da
primeira resenha:
Umberto Eco é o
Sócrates de nossos dias!
Diante dele,
todo interlocutor é prontamente convertido em pupilo, pela força de sua verve,
pelo brilhantismo de suas ideias, pela mente colossal de um verdadeiro gênio da
raça!
Ele consegue
criar histórias deliciosamente envolventes, instigantes da primeira à última
página, arrebatadoras a ponto de fazer prender a respiração ao virar cada
página em suspense!
Eco mostra como
pode ser excitante a aventura intelectual! Não há nada de chato ou cansativo em
sua inteligência exuberante!
“O Nome da
Rosa” é talvez sua obra mais conhecida, com uma maravilhosa adaptação
cinematográfica trazendo Sean Connery em um dos melhores papéis de sua
carreira, como William de Baskerville.
Além de autor
mundialmente famoso de Best-sellers, Umberto Eco é também um conceituado
pensador, um filósofo da comunicação. Seus livros sobre semiologia (“Viagem na
Irrealidade Cotidiana”) e teoria da comunicação (“A Obra Aberta”) são
largamente utilizados nas faculdades. Isso para não falar do clássico dos
clássicos, livro ao qual muitos estudantes de final de curso serão eternamente
gratos: “Como Fazer Uma Tese”. Recomendadíssimo para quem prepara uma
monografia.
Essa explicação
foi só para mostrar como “O Nome da Rosa” é mesmo genial. Eco é sobretudo um
mestre dos Símbolos! O Robert Langdon de “O Código da Vinci” de Dan Brown bem
que pode ter sido inspirado nele.
Um símbolo é
algo que fala de outra coisa. Pois bem, esse romance é como uma magnífica
galeria de símbolos, onde tudo faz referência a alguma outra coisa. A
experiência chega a ser inebriante!
A história
acontece em plena idade média, mais precisamente em um mosteiro onde está para
acontecer um importante debate religioso e onde começam a ocorrer embaraçosas
mortes, em circunstâncias estranhíssimas. Para investigar o mistério, o monge
franciscano William de Baskerville providencialmente aparece, para incômodo de
alguns. Para auxiliá-lo, e também para se tornar, muitos e muitos anos depois,
o narrador dessa inesquecível aventura, o noviço Adso.
Pois bem, já de
cara temos:
* A ambientação
da história na idade média faz referência aos romances históricos, tais como o
“Ivanhoé” de Sir Walter Scott.
* O “molho” da
história, no entanto, é uma típica trama de mistério: quem está assassinando os
monges? Uma nova referência, desta vez aos romances policiais!
* Isso é
reforçado por várias outras referências, a começar pelo personagem principal.
William de Baskerville lembra muitas vezes Sherlock Holmes e o seu próprio nome
é uma referência a uma de suas aventuras mais famosas, “O Cão dos
Basvervilles”.
* O noviço Adso
também segue adoravelmente o papel de “amigo narrador e menos inteligente que o
herói detetive”. O seu nome também é uma brincadeira de Eco, pois Adso não
passa de uma corruptela de Watson, o fiel companheiro de Holmes.
Por aí dá para
começar a sacar como é a mente de Eco. Esse jogo de símbolos segue ad
infinutum. Não há fundo. Você pode continuar mergulhando, sempre haverá um
simbolismo novo brilhando adiante.
Um livro
maravilhoso!
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