domingo, 21 de dezembro de 2025

A LEITURA PERDIDA DE UM JESUS MENOR QUE DEEPAK CHOPRA

 


Resenha do livro “OS ANOS PERDIDOS DE JESUS”, de Deepak Chopra

Antes de falar sobre esse livro, que eu detestei a ponto de abandonar a leitura por volta da página 100, quero dizer que sou muito fã de Deepak Chopra. “As Sete Leis Espirituais do Sucesso” é um de meus livros favoritos, que venho relendo continuamente ao longo dos anos. Também gostei muito de “Supergenes” (escrito em parceria com Rudolph E. Tanzi) e, principalmente, de “Você é o Universo” (em parceria com Menas Kafatos). Por isso mesmo é que iniciei a leitura de “Os Anos Perdidos de Jesus” com as melhores expectativas possíveis.

...e cem páginas depois, só derrota! Até agora não consegui entender a motivação de Chopra para transformar a história da juventude de Jesus em uma comédia de erros aventuresca, com tramas de assassinato e perseguições. Só lembrei da famosa dica para escritores iniciantes: “Nunca crie um personagem mais inteligente que você”. O que me evocou a inspiradora história de Hermann Hesse ao escrever “Sidarta”: o genial autor alemão teve uma crise ao chegar no ponto da história que ele mesmo não havia alcançado, em termos de percepção espiritual. Como escrever sobre um estado de consciência que não experimentamos?


 

A solução de Deepak Chopra, em resumo, parece ter sido “emburrecer” Jesus. O jovem Jesus criado por ele, cuja história mirabolante me irritou profundamente, é bem mais imaturo e “burro” que o menino citado na Bíblia, que aos 12 anos deixa os eruditos do templo boquiabertos com sua sabedoria e compreensão espiritual.

Poderia continuar indefinidamente listando tudo o que achei lastimável nesse livro. Mas já perdi tempo suficiente com essa leitura, que não foi de todo inútil, no final das contas: aprendi muito sobre o que não se deve fazer ao contar uma história dessas.

 

 


 

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Fabio Shiva é músico, escritor e produtor cultural. Fundador da banda Imago Mortis. Coautor e roteirista de ANUNNAKI - Mensageiros do Vento, primeira ópera rock em desenho animado produzida no Brasil. Publicou livros de gêneros diversos: romance policial, ficção especulativa, contos, crônicas, infantojuvenil e poesia, além de várias antologias poéticas como organizador. Ghost Writer com seis livros publicados. Idealizador e proponente de diversos projetos aprovados em editais públicos, como Oficina de Muita Música!, Gaia Canta Paz, Pé de Poesia, Doce Poesia Doce, Poesia de Botão, Gincana da Poesia e P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante). Autor convidado na Bienal do Livro Bahia 2022 e da FLIPO Castro Alves 2025. Desde 2023 atua à frente da Natesha Editora.

 

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