Resenha do
livro “OS ANOS PERDIDOS DE JESUS”, de Deepak Chopra
Antes de falar sobre esse livro, que eu detestei a ponto de abandonar a leitura por volta da página 100, quero dizer que sou muito fã de Deepak Chopra. “As Sete Leis Espirituais do Sucesso” é um de meus livros favoritos, que venho relendo continuamente ao longo dos anos. Também gostei muito de “Supergenes” (escrito em parceria com Rudolph E. Tanzi) e, principalmente, de “Você é o Universo” (em parceria com Menas Kafatos). Por isso mesmo é que iniciei a leitura de “Os Anos Perdidos de Jesus” com as melhores expectativas possíveis.
...e cem páginas depois, só derrota! Até agora não consegui entender a motivação de Chopra para transformar a história da juventude de Jesus em uma comédia de erros aventuresca, com tramas de assassinato e perseguições. Só lembrei da famosa dica para escritores iniciantes: “Nunca crie um personagem mais inteligente que você”. O que me evocou a inspiradora história de Hermann Hesse ao escrever “Sidarta”: o genial autor alemão teve uma crise ao chegar no ponto da história que ele mesmo não havia alcançado, em termos de percepção espiritual. Como escrever sobre um estado de consciência que não experimentamos?
A solução de
Deepak Chopra, em resumo, parece ter sido “emburrecer” Jesus. O jovem Jesus
criado por ele, cuja história mirabolante me irritou profundamente, é bem mais
imaturo e “burro” que o menino citado na Bíblia, que aos 12 anos deixa os
eruditos do templo boquiabertos com sua sabedoria e compreensão espiritual.
Poderia continuar indefinidamente listando tudo o que achei lastimável nesse livro. Mas já perdi tempo suficiente com essa leitura, que não foi de todo inútil, no final das contas: aprendi muito sobre o que não se deve fazer ao contar uma história dessas.
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Fabio
Shiva é músico, escritor e produtor
cultural. Fundador da banda Imago Mortis. Coautor e roteirista de ANUNNAKI -
Mensageiros do Vento, primeira ópera rock em desenho animado produzida no
Brasil. Publicou livros de gêneros diversos: romance policial, ficção
especulativa, contos, crônicas, infantojuvenil e poesia, além de várias
antologias poéticas como organizador. Ghost Writer com seis livros
publicados. Idealizador e proponente de diversos projetos aprovados em editais
públicos, como Oficina de Muita Música!, Gaia Canta Paz, Pé de Poesia, Doce
Poesia Doce, Poesia de Botão, Gincana da Poesia e P.U.L.A. (Passe Um Livro
Adiante). Autor convidado na Bienal do
Livro Bahia 2022 e da FLIPO Castro Alves 2025. Desde 2023 atua à frente da
Natesha Editora.
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